Agora

Rodoanel travado

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Parece não ter fim a novela sobre a construção do trecho norte do Rodoanel. Se concluída, a obra finalmente vai interligar os 180 km do anel viário. As rodovias que chegam a São Paulo estarão conectadas e até o intenso tráfego de caminhões ganhará um alívio.

Mas os anos passam, as previsões de término se alongam e as despesas, óbvio, explodem. É uma demonstraç­ão clara e revoltante da incompetên­cia do poder

público em cumprir prazos e respeitar o dinheiro do contribuin­te.

Agora, o governo paulista estima entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão a grana extra para encerrar o trecho —que já consumiu R$ 6,85 bilhões, mas há seis anos foi orçado em R$ 4,3 bilhões.

A nova pista poderá sair até 83% mais cara que a previsão inicial. Com desapropri­ações de casas e terrenos, não será surpresa se passar dos R$ 10 bilhões.

Trata-se de uma empreitada difícil, sem dúvida. São 44 km de extensão, boa parte na mata atlântica, o que exige viadutos de até 20 metros de altura. Seria natural algum imprevisto.

O que se vê, no entanto, são suspeitas e escândalos. Um bom exemplo é o caso de Paulo Vieira Souza, ex-diretor da Dersa (empresa de obras viárias do estado). Souza, suposto operador financeiro do PSDB, partido que governa São Paulo desde 1995, foi condenado pela Justiça por irregulari­dades no trecho sul.

Desta vez, o governo João Doria (PSDB) dividirá a nova licitação em três partes. Caberá ao Instituto de Pesquisas Tecnológic­as identifica­r o que já está pronto.

Depois de tantas idas e vindas, é difícil acreditar em uma data de conclusão. Certo mesmo é que os paulistas já saem perdendo: tanto pelos impostos pagos como pelo tempo parado no trânsito.

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