DESTAQUE DO DIA Centros que atendem crianças e adolescentes terão 1.500 cortes
Problema deve atingir 38 CCAS mantidos pela prefeitura e uma outra unidade vai ser fechada
A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), vai fechar um CCA (Centro para Crianças e Adolescentes) e cortar ao menos 1.500 vagas em outras 38 unidades, que atualmente atendem 7.200 jovens.
O corte nas vagas ocorre após a prefeitura começar a transferir, desde o início de agosto, a gestão dos CCAS da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social para a Secretaria Municipal de Educação.
A lista com os 38 CCAS que terão as vagas cortadas e mais um que será fechado consta de documento que foi divulgado extraoficialmente na manhã de terça-feira (20) para as entidades gestoras dos CCAS via Whatsapp.
O documento era uma orientação da secretaria para as supervisoras com a relação “dos serviços que deverão ter sua capacidade reduzida”. O documento dizia que as entidades deveriam ser notificadas até terça-feira (20), com efeitos a partir de 1º de outubro.
A comunicação oficial, enviada pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, só chegou na tarde de terçafeira (20) para algumas das unidades, após a orientação da secretaria ter vazado. Outras foram comunicadas verbalmente, em reuniões com funcionários da prefeitura.
Segundo a coordenadora do Fórum de Assistência Social da Cidade de São Paulo, Regina Santos, as entidades gestoras dos CCAS estão confusas, pois ainda não ficou claro como será a mudança para a Educação nem o critério para definir o corte de vagas em cada unidade. “Estamos buscando o diálogo com a secretaria. Não dá para diminuir vaga aleatoriamente”, afirmou.
A reportagem conversou com representantes de duas entidades que gerenciam CCAS que preferiram não se identificar. Elas disseram que não sabem qual o critério adotado para cortar as vagas. Uma delas foi chamada na terça-feira para uma reunião na qual foi anunciado o corte de 90 vagas. “Como eu vou escolher 90 crianças? Vai ser muito cruel.”