DESTAQUE DO DIA Albergues para moradores de rua em Santana devem fechar
Dois centros de acolhida para adultos na avenida Zaki Narchi foram notificados pela prefeitura
Dois albergues para adultos na zona norte da capital devem ser fechados pela Prefeitura de São Paulo.
As duas entidades que administram os centros de acolhida foram notificadas na terça-feira (20) de que a parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social termina em 21 de setembro.
Foram notificadas do encerramento dos serviços as entidades Ascom (Associação Comunitária São Mateus), responsável pelo Centro de Acolhida para Adultos Zaki Narchi 2, e a Abecal (Associação Beneficente Caminho de Luz), responsável pelo Centro de Acolhida para Adultos Zaki Narchi 3.
Apesar de os documentos recebidos com as notificações pelas entidades, a gestão Bruno Covas (PSDB) nega o fim dos serviços e fala que a renovação de contratos está em estudo.
Os albergues ficam na avenida Zaki Narchi, em Santana (zona norte), e funcionam 24 horas. Juntos atendem cerca de 400 homens à noite e ao menos 100 durante o dia.
A reportagem esteve nos albergues, que estavam cheios, na sexta-feira (23). Usuários disseram que não terão para onde ir, caso o serviço seja fechado.
No documento, enviado pela Supervisão de Assistência Social da Vila Maria, a gestão Covas afirma que não lançará um novo edital de chamamento para substituir a parceria com as entidades.
Segundo o coordenador de projetos da Ascom, Francis Larry de Santana, a notificação da prefeitura pegou a entidade de surpresa. Isso porque no dia 12 de agosto eles já haviam recebido uma notificação informando sobre o encerramento da parceria a partir de 22 de setembro. Porém, após conversa com a Supervisão de Assistência Social, a notificação foi cancelada.
“O público mais vulnerável está ficando sem atendimento”, afirma.
O coordenador da Ascom diz que da primeira vez que foi notificada havia a possibilidade de o serviço ser transferido para outra região. “Isso não ajuda a população de rua porque eles são muito resistentes para ir a outras partes”, afirma.
Procurada, a Abecal não retornou à reportagem.