Para especialista, os mais vulneráveis são atingidos
O coordenador do Fórum de Assistência Social de São Paulo, Francis Santana Lisboa, diz que o encerramento de serviços de proteção básica está sendo cada vez mais comum.
“Os mais afetados são serviços voltados para crianças, adolescentes e idosos. Estes fecham quase diariamente”, afirma.
“Isso preocupa bastante, pois são serviços importantíssimos para garantir o bem estar e a segurança dos mais vulneráveis. Sem eles, toda a cidade é prejudicada”, afirma.
Ao ter conhecimento da possibilidade de fechamento de centros de acolhida na avenida Zaki Narchi (zona norte), o coordenador afirma ter ficado surpreso.
Para ele, os moradores de rua são ainda mais vulneráveis que jovens e idosos.
“Se você fecha um serviço tão sensível assim, as pessoas simplesmente vão para a rua, pois elas não possuem outra opção”, diz.
Um cálculo realizado pelo Fórum de Assistência Social mostra que se todos os que estão na rua hoje procurassem um abrigo da prefeitura, cerca de 10 mil pessoas não teriam para onde ir.
O fórum estima que atualmente existam 18 mil pessoas na rua e apenas 8 mil vagas de acolhimento que permitem que os moradores passem a noite.
“Sem estes centros de acolhimento, a população vai ficar ainda mais desamparada. Eles não vão para outros lugares e ficarão na rua”, diz. “A tendência é aumentar o consumo de drogas, a vulnerabilidade e a sensação de abandono dessas pessoas”, afirma. (MC)