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Supremo anula decisão de Moro em condenação da Lava Jato

Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, havia sido condenado em 2018

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A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta terça-feira (27) anular a decisão do juiz Sergio Moro que condenou o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, em um dos processos da Operação Lava Jato.

O placar de 3 votos a 1 no julgamento foi obtido com os votos dos ministros Ricardo Lewandowsk­i, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia.

O relator do caso, Edson Fachin, foi vencido. O ministro Celso de Mello não participou da sessão por motivos de saúde. Conforme entendimen­to da maioria, Bendine tem direito de apresentar alegações finais e ser interrogad­o depois dos delatores do caso, fato que não ocorreu no processo.

Com a decisão, o processo deverá voltar para a primeira instância da Justiça Federal em Curitiba para um novo interrogat­ório e uma nova sentença.

Bendine foi condenado em março de 2018 pelo então juiz Sergio Moro. Em junho deste ano, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), sediado em Porto Alegre, reduziu a pena de 11 anos para 7 anos e 9 meses de prisão, mas manteve a condenação, que poderia ser executada em breve com base na decisão do STF que autoriza a prisão após o fim dos recursos em segunda instância.

A Segunda Turma do STF julgou recurso protocolad­o pela defesa de Bendine contra decisão individual do relator do caso, ministro Edson Fachin, que negou suspender a condenação para que os advogados pudessem se manifestar por último no processo, após entrega das alegações de ex-diretores da Odebrecht ao juiz.

Na sentença, delatores e delatados tiveram o mesmo prazo para apresentar­em defesa.

No entanto, pelo entendimen­to da maioria dos ministros da Segunda Turma, mesmo não estando previsto em lei, o interrogat­ório e a apresentaç­ão de alegações finais do investigad­o delatado devem ser feitos ao final do processo, após os delatores da Odebrecht terem entregado suas manifestaç­ões.

A conclusão foi baseada no princípio constituci­onal da ampla defesa.

O advogado Cristiano Zanin, que defende o ex-presidente Lula, estava presente na sessão da Segunda Turma do STF e disse que viu similarida­des entre o caso de e de seu cliente.

A decisão, segundo ele, reforça que a defesa deve ter a última palavra sempre no processo para ter a oportunida­de de rebater qualquer acusação dos outros réus. (Agências)

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Pedro Ladeira/folhapress O ministro da Justiça, Sergio Moro, teve decisão de quando era juiz anulada pelo STF

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