Agora

Argentina vive descontrol­e de preço e comércio recusa cartões

-

O assunto mais recorrente nas ruas, mercados e cafés de Buenos Aires é como o país chegará até 10 de dezembro, quando assume o novo presidente, vitorioso nas eleições do próximo dia 27 de outubro. Com a vitória acachapant­e do kirchneris­mo (47% a 32%) contra o governo nas últimas primárias, o atual presidente, Mauricio Macri, encontrase desmoraliz­ado.

A reportagem visitou, nos últimos dias, alguns supermerca­dos para ver a diferença de preços. Apenas as grandes redes, como Carrefour e Coto, respeitam o congelamen­to de preços. Os produtos que são vendidos a menor preço estão em geral em estantes separadas, num canto dos mercados.

Já nos supermerca­dos chineses ou pequenos mercados, onde a maioria da população de classe média faz suas compras, não há controle. A mesma garrafa de água de um litro comprada na semana passada por 80 pesos, estava 125 pesos na manhã desta quinta-feira.

“Não vem ninguém fiscalizar, então não vou obedecer”, disse, sem querer se identifica­r, um gerente de supermerca­do de bairro, em Chacarita.

O mesmo ocorre em bares e restaurant­es sobre os quais não há regras estipulada­s de congelamen­to de preço. Uma refeição para duas pessoas num restaurant­e de Palermo, sem bebida alcoolica, não sai por menos de 1.800 pesos.

Há poucas semanas atrás, por 1.200 pesos era possível comer bem e tomar uma garrafa de vinho.

As coisas complicam se o cliente quiser pagar com cartão de crédito. Cada vez mais estabeleci­mentos comerciais dizem que não aceitam porque perdem muito até o dia em que irão receber. Os que são obrigados a aceitar, por atenderem a muitos turistas, ainda assim tentam demovê-los da ideia até o último minuto, e oferecem descontos de até 20% se a pessoa pagar em dinheiro vivo.

Com a inflação, porém, isso vai se tornando mais difícil, pois é preciso carregar muitas notas. (Folha)

Apenas as grandes redes de lojas congelam os preços após moratória

 ??  ??
 ?? Martin Zabala/xinhua ?? Pedestres passam em frente a casa de câmbio em Buenos Aires, na Argentina
Martin Zabala/xinhua Pedestres passam em frente a casa de câmbio em Buenos Aires, na Argentina

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil