Economia cresce 0,4% puxada pelo investimento, diz IBGE
Para especialistas, no entanto, indicadores mostram que retomada segue lenta e gradual
A economia brasileira melhorou no segundo trimestre de 2019, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (29). O PIB (Produto Interno Bruto) avançou 0,4% no período em relação aos três meses imediatamente anteriores.
Na comparação com o segundo trimestre de 2018, a alta foi de 1%. O acumulado dos últimos 12 meses encerrados em junho mostra crescimento de 1%.
Em ambas as comparações o resultado veio acima do esperado por analistas ouvidos pela agência Bloomberg (0,2% e 0,8%, respectivamente).
Segundo, Cláudia Dionísio, gerente de contas trimestrais do IBGE, um fator importante para essa expansão acima do esperado foi a mudança do comportamento do investimento.
No segundo trimestre, o investimento registrou alta de 3,2% em relação ao trimestre anterior. Variação do PIB trimestral em relação ao período imediatamente anterior (em %, com ajuste sazonal) PIB atual
Na comparação com o segundo trimestre de 2018, o investimento cresceu 5,2%. Em quatro trimestres, acumula alta de 4,3%.
Cautela
Lula (2º mandato) 3º trim. 2,5 Especialistas, no entanto, Dilma (1º mandato) recomendam cautela diante do resultado. “Uma alta do investimento desse nível era esperada, está dentro do padrão de volatilidade do indicador. Não representa ainda uma mudança de patamar, que ainda permanece 2º trim. 2,3 Dilma (2º) Temer 1,6 1º trim. PIB volta a crescer após recessão que durou 11 trimestres, mas retomada não ganha vigor muito baixo”, diz Luka Barbosa, economista do Itaú Unibanco.
Mesmo com a alta recente, o investimento permanece em um nível 26,2% abaixo de seu pico histórico registrado no segundo trimestre 0,4 4º trim. 0,1 2o trimestre de 2013.
A economia brasileira emite sinais contraditórios no terceiro trimestre. Se por um lado, há uma leve melhora do nível de atividade, por outro, voltou a crescer a incerteza em relação ao futuro, em meio à desaceleração global e à crise argentina.
Isso fica claro nas pesquisas de confiança de empresários e das famílias. Na pesquisa mais recente da FGV (Fundação Getulio Vargas), de agosto, o setor industrial afirma que tanto a demanda corrente quanto o nível de encomendas para os próximos três meses melhoraram em relação a julho.
Questionados sobre um horizonte mais longo, de seis meses, no entanto, se mostraram mais pessimistas do que em julho.
Para o Ministério da Economia, o resultado do PIB sugere que a estratégia de ajuste nas contas públicas é correta.
“A estratégia adotada pelo governo, de crescimento com responsabilidade fiscal, vai se mostrando acertada”, afirma em nota a Secretaria de Política Econômica.ceira das famílias e da economia de forma geral. (Folha)