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Choque de gerações e astro da NBA são obstáculos do Brasil

Seleção nacional joga o Mundial de basquete, na China, com novatos de 20 anos e veterano de 39

- DANIEL E. DE CASTRO

Em 2002, quando Anderson Varejão, Alex e Leandrinho disputavam seu primeiro Mundial pela seleção, Didi e Yago eram crianças de 3 anos. Hoje, esses cinco atletas compõem o elenco do Brasil para a Copa do Mundo de Basquete, que começa na China neste sábado (31) e vai até o dia 15 de setembro.

Quase metade dos 12 convocados para a equipe nacional tem 35 anos ou mais. Além dos alas Alex, 39, e Leandrinho, 36, e do pivô Anderson Varejão, 36, completam a lista de veteranos o armador Marcelinho Huertas, 36, e o ala Marquinhos, 35. Esse grupo esteve na liderança dos times brasileiro­s em Mundiais e Olimpíadas nos últimos anos.

O adeus dessa geração que colocou o Brasil no mapa da NBA era previsto para a Rio-2016, que acabou com uma decepciona­nte eliminação na primeira fase, sob a liderança do técnico argentino Rubén Magnano. Em um país que mostrou pouca capacidade de renovação nos últimos anos, os veteranos continuam como peças-chaves na seleção.

Recentemen­te, o time comandado desde outubro de 2017 pelo treinador croata Aleksandar Petrovic teve a adição de duas revelações do basquete nacional. O armador Yago Mateus, 20 anos, que atua no Paulistano, e o ala Didi, da mesma idade, ex-franca e recrutado pelo New Orleans Pelicans no draft de junho da NBA. Ele passará a próxima temporada na Austrália para se desenvolve­r.

Um pouco mais velho, mas também no grupo que deve guiar a renovação brasileira nos próximos anos, o ala Bruno Caboclo, 23, terminou bem a última edição da NBA e busca conquistar de vez espaço no basquete americano —atualmente tem contrato com o Memphis Grizzlies, seu terceiro time na liga desde 2014.

Em 2017, quando ele disputava a Copa América, recusou-se a sair do banco de reservas para entrar em quadra no confronto que eliminou a seleção e acabou afastado do elenco. Reintegrad­o, Caboclo diz encarar a nova oportunida­de como se fosse a sua primeira.

“Na última passagem talvez eu tenha sido um pouco imaturo, mas isso é página virada na minha vida e daqui em diante vou sempre estar pronto para dar o melhor e ajudar o Brasil”.

Completam o elenco no Mundial o armador Rafa Luz, 27, o pivô Augusto Lima, 27, e o ala Vítor Benite, 29, que atuam na Europa, além do pivô Cristiano Felício, 27, do Chicago Bulls. Todos estiveram na Rio-2016.

Outro brasileiro atualmente sob contrato na NBA, o armador Raulzinho, 27, do Philadelph­ia 76ers, está em recuperaçã­o de lesão no tornozelo e desfalca o time.

Apesar de contar com o quinteto mais experiente, para Petrovic a renovação da seleção brasileira já começou. Ele cita como exemplo a possibilid­ade de colocar em quadra uma formação com Yago, Didi, Alex, Caboclo e Felício. “Tirando o Alex, os outros irão defender o Brasil pelos próximos dez anos”, afirma.

“Não entendo quando algumas pessoas dizem que esse é um grupo de veteranos. Sofro muito com isso porque significa que as pessoas não entendem que já existe um trabalho de renovação”, diz.

Com média de idade de 29,6 anos, o Brasil tem o sexto elenco mais velho.

Chegar ao grupo dos oito finalistas ou disputar uma das vagas olímpicas destinadas aos dois melhores países da América no torneio, porém, são objetivos

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Cheng Min - 25.ago.19/xinhua O pivô Anderson Varejão, 36 anos, é um dos veteranos da seleção masculina de basquete no Mundial da China; equipe estreia no domingo

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