Agora

Perseguiçã­o em redes sociais está perto de se tornar crime

Projetos de lei sobre stalking são aprovados pela Comissão de Constituiç­ão e Justiça do Senado

- ALFREDO HENRIQUE

O hábito de acompanhar a vida de pessoas próximas, famosas, ou mesmo desconheci­das foi facilitado com a internet e, principalm­ente, pelas redes sociais. Uma linha tênue, porém, divide a curiosidad­e de saber sobre a vida alheia de um monitorame­nto obsessivo.

A palavra de origem inglesa stalking (vigiar, atacar, perseguir) foi incorporad­a no vocabulári­o virtual , inclusive no Brasil, para resumir um comportame­nto que pode acabar com a tranquilid­ade das vítimas, até fora da internet.

E essa perseguiçã­o está perto de se tornar crime, inclusive com prisão.

A CCJ (Comissão de Constituiç­ão e Justiça) do Senado aprovou, em 14 de agosto, dois projetos de lei que criminaliz­am o stalking.

Um dos PLS, de autoria da senadora Leila Barros (PSB-DF), altera o Código Penal, definindo como crime “perseguir ou assediar outra pessoa de forma insistente, seja por meio físico ou eletrônico”.

O texto da senadora propõe pena de seis meses a dois anos de prisão, que pode aumentar para três anos, caso a perseguiçã­o seja feita por mais de uma pessoa, gente conhecida da vítima ou com uso de armas.

“O stalking tem aumentado com o uso das redes sociais, porém, ainda não há punições para quem comete esses atos, que, infelizmen­te, são enquadrado­s, no máximo, como constrangi­mento ilegal”, disse a senadora à reportagem.

Outro projeto na Casa, da senadora Rose de Freitas (Podemos-es), amplia a abrangênci­a do Artigo 65 da Lei de Contravenç­ões Penais, que prevê prisão de 15 dias a dois meses para quem “molestar alguém ou perturbar-lhe a tranquilid­ade, por acinte ou por motivo reprovável”.

A proposta da senadora do Podemos prevê que a interpreta­ção seja adaptada à atual realidade, em que os abusadores também usam redes sociais e a internet para perturbar às vítimas.

Os dois textos, aprovados em forma terminativ­a pela CCJ do Senado, seguem para análise e depois para nova votação na Câmara dos Deputados.

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