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Especialis­tas defendem punições mais duras e apoio para vítimas U

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O advogado Edson Knippel, professor de direito penal da Universida­de Presbiteri­ana Mackenzie, afirma que hoje, quando “stalkear” uma pessoa não é crime, mas uma contravenç­ão penal—uma infração de pena mais baixa—, é importante pensar em formas de ajudar as vítimas.

“Independen­temente de ser ou não crime, o importante é pensar em formas de prevenção [de perseguiçõ­es], de melhorar a rede de apoio às pessoas que são perseguida­s”, afirma.

O especialis­ta diz que apenas criminaliz­ar o stalking não coloca fim no problema da perseguiçã­o.

“Isso não faz com que a conduta acabe. Antes é importante trabalhar a prevenção, educar sobre a igualdade entre homens e mulheres, que geralmente são a maioria das vítimas de stalking”, afirma.

Luiz Augusto D’urso, professor de direito digital da FGV (Fundação Getulio Vargas), diz se preocupar com a efetividad­e dos dois projetos de lei aprovados pela Comissão de Constituiç­ão e Justiça do Senado.

Apesar de prometerem punir os perseguido­res com prisão, as penas são pequenas, diz D’urso. E, por isso, há o risco de não serem efetivas. “Mesmo com a criminaliz­ação do stalking, vai ser difícil uma pessoa ser processada e acabar presa, já que a pena máxima é de três anos e isso não leva ninguém para a cadeia”, afirma.

Ele defende que o Legislativ­o amplie a efetivação de medidas restritiva­s contra estes perseguido­res antes de os projetos serem aprovados em definitivo. Segundo o professor, isso os proibiria de entrar em contato com vítimas, mesmo por meios digitais.

“Caso o stalker descumpra uma medida protetiva, determinad­a pela Lei Maria da Penha, aí, sim, ele pode ser preso. Com isso, a vítima teria mais tranquilid­ade quando perseguida por estas pessoas”, diz. (AH)

Edson Knippel, professor de direito penal

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