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Cafezinho na Avenida Brasil

Padaria na zona leste homenageia a novela de sucesso da Globo com lanches como ‘Carminha’ e ‘Jorginho’

- KARINA MATIAS

Não importa o horário. Na padaria Avenida Brasil, localizada na Vila Jacuí, em São Miguel Paulista (zona leste da capital), é sempre possível assistir a um capítulo da novela que dá nome ao estabeleci­mento e que é um dos maiores sucessos da Globo nos últimos anos.

Uma TV no local fica o tempo inteiro transmitin­do cenas da trama de 2012. Fábio Moreira, 39 anos, dono da padaria e noveleiro assumido, conta que selecionou em torno de 40 capítulos da novela —“os melhores”— para exibir no local.

Todos foram gravados e armazenado­s por ele em pendrives. Estão lá episódios já considerad­os históricos como aquele em que Nina (Débora Falabella) começa sua vingança e passa a tratar a vilã Carminha (Adriana Esteves) como sua empregada, falando o bordão que virou meme: “Me serve, vadia”.

“De tanto ver, eu já sei todas as falas antes de os personagen­s dizerem”, conta Rubens Cintas Motolo, 39, funcionári­o do estabeleci­mento.

Além de relembrar a novela de João Emanuel Carneiro, o cliente também pode escolher o beirute do seu personagem preferido. O Tufão (Murilo Benício), que é recheado com contra-filé, queijo, presunto, ovo, bacon, maionese, alface e tomate (R$ 35,90), é o maior sucesso de vendas —são comerciali­zadas, em média, 150 unidades por mês.

Os lanches de Carminha e Nina aparecem na sequência. Mas há ainda outras opções, como os beirutes Leleco (Marcos Caruso), Nilo (José de Abreu), Max (Marcello Novaes), Suelen (Isis Valverde) e Jorginho (Cauã Reymond). Todos são bem servidos e, dependendo da fome, podem ser divididos.

A padaria Avenida Brasil foi inaugurada em abril de 2013, seis meses após o fim da trama. Fã da história, Moreira quis aproveitar o sucesso da novela para chamar a atenção dos moradores da região —ele é filho de português e dono de outra padaria, em Itaquera. De quebra, ele queria afastar uma possível rejeição ao novo estabeleci­mento, já que anteriorme­nte funcionava no imóvel outra padaria, de outros donos, mas que não obteve sucesso.

“Eu fiquei pensando o que poderia fazer para, logo de cara, causar impacto. Quando tive a ideia, a novela ainda estava no ar e fazia muito sucesso. Escolher nomeá-la como Avenida Brasil foi uma forma de fazer com que a padaria caísse na boca do povo.”

‘Oi, oi, oi’

A inauguraçã­o da padaria contou com nada menos que um trio elétrico tocando “Vem Dançar com Tudo” (Kuduro), música que tem o famoso refrão “oi, oi, oi” e era tema de abertura de “Avenida Brasil”.

A estratégia, diz Moreira, deu certo. Mesmo cinco anos depois, muitas pessoas ainda param na padaria para relembrar histórias do fictício bairro do Divino. É o caso da técnica em enfermagem Elaine França Dutra, 46 anos. “Eu sempre venho aqui. De vez em quando paro e fico lembrando a novela.”

Já a assistente de recursos humanos Larissa Melo, 25, afirma que a história inusitada da padaria cha

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Ronny Santos/folhapress Vanessa Vogel, 37, e Fábio Moreira, 39, donos da padaria Avenida Brasil
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Cardá como

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