Show em São Paulo mostra que irmãos continuam impecáveis
da turnê começam intensos, têm momentos mais amenos, chegam a um ápice de euforia, voltam a ficar tranquilos e chegam ao fim novamente com a intensidade lá no alto. Por volta da metade da apresentação, há uma sequência de músicas que beiram o auge da alegria: “Beijo É Bom”, “Vai Ter que Rebolar” e “Dig-dig-joy”.
A turnê começou em julho por Recife e já passou por São Paulo (leia ao lado), mas os irmãos voltam ao Allianz Parque nos dias 12 e 13 de outubro. Os ingressos estão esgotados. (Folha)
Esgotado com antecedência, o show de 24 de agosto no Allianz Parque foi uma forte cutucada na nostalgia. Teve de tudo —dançarinos, Junior na bateria, telão produzido e até sessão acústica. Em termos de performance, os irmãos continuam tecnicamente impecáveis.
A resposta do público foi intensa: um festival de lágrimas e celulares apontados para o palco. Várias vezes Sandy parecia emocionada com o volume da plateia, deixando de cantar para ouvir os fãs. “Vimos vários shows aqui, mas nunca me imaginei neste palco”, ela assumiu.
Apesar do teor do repertório, não foi um show jovem. Pelo menos nas pistas, o público infantil e adolescente era diminuto. A maioria esmagadora era de mulheres adultas.
Em várias situações, Sandy e Junior deixaram claro como o atual momento de suas vidas pouco tem a ver com o repertório. “Estamos vivendo um sonho que a gente nem pensava em sonhar e realizar. Só estamos aqui porque vocês pediram”, disse a irmã. “Todos nós estávamos passando pelos mesmos momentos, de muitas descobertas. Essa música é muito especial”, afirmou Junior ao apresentar “Aprender a Amar” —música sobre a confusão de se ver apaixonado pela primeira vez.
Não é à toa que os momentos mais intensos foram nas baladas românticas, entre elas “A Lenda”, “Imortal”, “Olha o Que o Amor Me Faz” e “Quando Você Passa”.
Em muitos momentos do show houve o choque entre as músicas mais infantis e o público mais velho. Até policiais e funcionários do Allianz Parque cantavam com os olhos fixados no palco.
Após mais de duas horas e meia de show, a impressão que fica é a de lembrar da dimensão do sucesso da dupla, frequentemente subestimado. (Folha)