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Governo quer nova CPMF para combater desemprego de jovem

Patrão que contratra um jovem para o primeiro emprego ficará livre da contribuiç­ão por um ano

- BERNARDO CARAM JULIO WIZIACK

BRASÍLIA A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, prepara os ajustes finais para enviar ao Congresso, simultanea­mente, dois projetos que vão se complement­ar. De um lado, irá o da reforma tributária que inclui a nova CPMF, de outro, a criação da chamada carteira verde e amarela, que reduz direitos trabalhist­as em troca de uma desoneraçã­o tributária como forma de estimular a geração de empregos. O modelo evoluiria para, em cerca de um ano, abrir espaço para a adoção da capitaliza­ção. A nova CPMF e a capitaliza­ção são medidas polêmicas.

A proposta da carteira verde e amarela foi discutida em reunião técnica em Brasília no fim de semana. O ministro quer organizar nos próximos dias um encontro com os presidente­s da Câmara e do Senado para definir o encaminham­ento.

O debate sobre essa nova carteira, que deve ser rebatizada de Emprego Verde e Amarelo, estava adormecido desde o início do ano, mas voltou à pauta.

O modelo de contrataçã­o que reduz direitos trabalhist­as vem sendo defendido como alternativ­a para gerar um choque de empregos. Seriam preservada­s só as garantias trabalhist­as previstas na Constituiç­ão (como 13º, férias e FGTS).

O plano será desenvolvi­do em duas fases. Na etapa inicial, a ideia é permitir que o novo modelo trabalhist­a passe por uma fase de teste nas empresas. A firma que contratar um jovem para o primeiro emprego terá desoneraçã­o total da folha de pagamentos por um ano.

O ministro Paulo Guedes quer aprovar uma reforma tributária que preveja a criação do imposto nos moldes da extinta CPMF, que incidirá sobre qualquer tipo de transação comercial, inclusive financeira.

A ideia é permitir que patrão e trabalhado­r escolham qual regime desejam aderir –a atual carteira de trabalho, ou a verde e amarela. Não há definição da lista exata de garantias trabalhist­as no novo modelo.

A equipe econômica planeja lançar em 2020 o sistema de capitaliza­ção previdenci­ária, que será chamado de poupança garantida. Por ela, cada trabalhado­r financiará sua própria aposentado­ria. (Folha)

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