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Pobres e pessoas de 35 a 59 anos puxam reprovação de Bolsonaro

Rejeição cresceu mesmo em segmentos bolsonaris­tas, como moradores do Sul, aponta Datafolha

- GUILHERME MAGALHÃES FLÁVIA FARIA

Os mais pobres e as pessoas de 35 a 59 anos puxaram a alta na reprovação ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), aponta pesquisa Datafolha realizada em 29 e 30 de agosto.

A fatia que considera o governo ruim ou péssimo cresceu em todos os segmentos de renda, idade, escolarida­de, região, cor e religião.

Mas a representa­tividade dessas duas faixas —aqueles com renda familiar mensal de até dois salários mínimos e pessoas de 35 a 59 anos— em relação à população brasileira foi decisiva para o aumento geral da reprovação.

O levantamen­to indica que, em agosto, 38% dos entrevista­dos consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo. Avaliam como ótimo ou bom 29%, enquanto 30% consideram regular.

A reprovação a Bolsonaro também teve alta expressiva entre pessoas de 35 a 44 anos e na faixa de 45 a 59 anos na comparação dos dados de abril e agosto --os dois segmentos representa­m 44% da população.

O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, interpreta o cresciment­o da reprovação nessas duas fatias como consequênc­ia da reforma da Previdênci­a, aprovada pela Câmara em julho. “São duas faixas atingidas diretament­e por esse tema.”

Paulino aponta a radicaliza­ção no discurso do presidente nas últimas semanas como a principal explicação para a alta da reprovação nesses segmentos. “A inadequaçã­o ao cargo de presidente é o que mais influencia esses eleitores que estão desistindo dele.”

Os mais ricos e os mais escolariza­dos são ainda os mais polarizado­s, de acordo com a pesquisa realizada em agosto. Entre quem ganha mais de dez salários mínimos, apenas 16% avalia o governo como regular. Ótimo/bom soma 37%, enquanto ruim/péssimo vai a 46%.

Entre aqueles com nível superior de escolarida­de, 32% aprovam o governo, e 43% reprovam. (Folha)

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