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Hit do ‘feminejo’ foi liberado por apenas R$ 1.000

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A compositor­a Waleria Leão já tinha emplacado um sucesso —”Pode ir Embora”, de Bruno & Marrone—, mas sua carreira mudou mesmo quando ela fez uma promoção. Em 2016, vendeu a liberação da música “50 Reais” a uma então desconheci­da Naiara Azevedo por apenas R$ 1.000. Sucesso instantâne­o, a música virou hino do “feminejo”.

“Foi aí que descobri uma receitinha”, diz. “Você tem que falar o que a mulherada quer ouvir, fazer ela se sentir especial. Nada de amante que some. Amante tem que ser bem tratada, tem muita mulher que é amante.”

Ela explica que, a partir de “50 Reais”, faz “música feminina”, mesmo seus maiores sucessos sendo cantados por homens. “Agrado a mulher, só que na voz do homem. Tipo assim [canta ‘Delicinha’, que ela fez para Gabriel Gava]: ‘Delicinha, volta para a vida minha’.”

Em evidência há três anos, os compositor­es de Goiânia ficaram conhecidos em todo o país só no ano passado, quando ninguém conseguia explicar o sucesso espontâneo de “Jenifer”. Mas as tais “músicas de internet” —baseadas em memes—, hoje, estão em baixa.

No ramo desde 1998, Everton Mattos nunca ganhou tanto dinheiro. “Hoje, todo mundo está com carrão, casarão”, conta.

Já Waleria, apontando um leãozinho de gesso sobre a mesa, nota o surgimento de “aproveitad­ores” —sinal do cresciment­o do mercado. “Se esse leão resolver fazer música, vira compositor”, ri. “É um mercado prostituíd­o e que dá retorno. Basta sentar com a pessoa certa no lugar certo.”

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