Moradora trava negócio e casa vira ‘ilha’ encravada em meio a prédios
Um imóvel, de 1963, dividido em sala, dois quartos, dois banheiros, copa, cozinha e garagem para até dois carros continua de pé em uma via de paralelepípedos na Pompeia (zona oeste), em meio prédios. A moradora, a recepcionista Jane Fernandes, 50, não cedeu o terreno a uma construtora, que pretendia transformar a área em espaço para animais de estimação.
O prédio com apartamentos cujo metro quadrado ultrapassa os R$ 11 mil completou o cinturão de arranha-céus que tornou a casa uma espécie de ilha com apenas um pavimento. À direita, à esquerda e ao fundo, quatro edifícios roubaram qualquer possibilidade de horizonte. Resta a frente, de onde se avistam dois predinhos que, se não chegam a obstruir a luz do sol, tampouco facilitam.
Ainda assim, Jane respira aliviada. Moradora da casa que quase se transformou em espaço para cachorros, ela foi voz dissonante na família quando a construtora Paulo Mauro fez uma oferta pelo imóvel; segundo a empresa, em um valor “superior aos concretizados com os outros proprietários”.
A mulher diz que sua mãe, de 89 anos, e seu irmão queriam aceitar a proposta. Caso cedessem, a deles seria a sexta casa derrubada para a obra. Jane bateu o pé e o negócio travou. Não era questão de dinheiro, apesar de ela, assim como a construtora, não revelar o valor oferecido à família. (Folha)