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Bolsonaro diz que a reação a mudanças na PF é ‘babaquice’

Presidente afirmou que o ministro Sergio Moro pode trocar direção da corporação quando quiser

- SÉRGIO DÁVILA LEANDRO COLON

BRASÍLIA O presidente Jair Bolsonaro afirmou ao jornal Folha de S.paulo que o comando da Polícia Federal precisa dar uma “arejada” e chamou de “babaquice” a reação de integrante­s da corporação às declaraçõe­s dele sobre trocas em superinten­dências e na diretoria-geral.

Bolsonaro disse que já teve uma conversa com Sergio Moro sobre uma possível mudança na direção da PF, subordinad­a ao ministro da Justiça. “Está tudo acertado com o Moro, ele pode trocar [o diretor-geral, Maurício Valeixo] quando quiser.”

Na avaliação do presidente, é preciso uma renovação: “Essa turma [que dirige a PF] está lá há muito tempo, tem que dar uma arejada”.

“Mais difícil é trocar de esposa. Eu tive uma conversa a dois com o Moro... [O diretor-geral] tem que ser Moro futebol clube, se não, troca. Ninguém gosta de demitir, mas é mais difícil trocar a esposa. Eu demiti o Santos Cruz, com quem tinha uma amizade de 40 anos”, disse, referindo-se à saída, em junho, do seu ex-ministro da Secretaria de Governo.

Segundo Bolsonaro, apesar de sua insatisfaç­ão, não há, por ora, nenhuma definição sobre prazo de troca.

Questionad­o, ele não negou que o nome do delegado Anderson Gustavo Torres, atual secretário de Segurança do Distrito Federal, seja seu favorito para assumir a PF. O presidente disse que Torres tem tido o apoio do ex-deputado federal (e também delegado) Fernando Francischi­ni.

As declaraçõe­s foram dadas pelo presidente nesta terça-feira (3) em um café da manhã com a Folha no Palácio do Alvorada.

Participar­am, além de Bolsonaro, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, o chefe da Secom (Secretaria de Comunicaçã­o) da Presidênci­a, Fábio Wajngarten, e o deputado Marco Feliciano (Podemos-sp). O encontro ocorreu das 7h40 às 9h10.

No dia 22 de agosto, Bolsonaro afirmou que poderia trocar o diretor-geral da PF. A frase foi dita na esteira de uma crise após ele anunciar que o então superinten­dente da PF no Rio, Ricardo Saadi, seria exonerado por questões de gestão e produtivid­ade. A corporação reagiu e divulgou uma nota negando que a mudança tivesse a ver com a conduta do superinten­dente.

Procurador­ia-geral

O presidente afirmou que deve anunciar até quintafeir­a (5) o nome indicado para assumir o comando da Procurador­ia-geral da República. Esse depois terá de ser sabatinado e aprovado em votação no Senado.

Bolsonaro disse que o escolhido sairá do “bolo” de candidatos que o visitaram nas últimas semanas. “A criança deve nascer até quinta”, disse.

O presidente não quis adiantar o nome, mas sinalizou que será do sexo masculino. Segundo ele, o escolhido, seja qual for, vai “apanhar”, por ter sido escolhido.

Bolsonaro descartou ainda indicar o subprocura­dor da República Alcides Martins, vice-presidente do CSMPF (Conselho Superior do Ministério Público Federal), que pode assumir interiname­nte após 17 de setembro, quando termina o mandato da atual chefe da PGR, Raquel Dodge. (Folha)

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Adriano Machado/reuters O presidente Jair Bolsonaro participou de um café da manhã com jornalista­s e criticou reação a troca do diretor-geral da Polícia Federal

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