Situação é calamitosa, diz presidente de conselho
Para Marcos Machado, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de SP, a situação observada pelo TCE é “extremamente calamitosa”.
Ele analisa que muitos dos problemas apresentados no relatório seriam resolvidos se os estabelecimentos possuíssem alvará de Vigilância Sanitária.
“A falta de alvará em quase metade das unidades é gravíssima”, diz Machado.
Sem o documento não é possível cobrar a presença de profissionais da saúde nos estabelecimentos.
Para o especialista, enquanto as UBSS continuarem sem a liberação da Vigilância Sanitária, o risco de entregar medicamentos vencidos à pacientes irá persistir. “A vigilância fica em cima das unidades privadas, mas quando o serviço de saúde é público, ela quase não acontece.”
Machado também explica que expor embalagens de remédios à luz solar ou à umidade das paredes pode estragar os medicamentos e fazer com que eles percam suas características. Uma vez que isso aconteça, os remédios podem intoxicar os pacientes. “Basta olhar o número de intoxicação por medicamento no Brasil, é altíssimo.”
Machado afirma que algumas das fotos do relatório são “absurdas”. Para ele, colocar remédios próximos a alimentos, por exemplo, coloca em risco tanto os pacientes quanto os funcionários. “Isso é quase um crime, não poderia acontecer.” (MC)