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Amapaense quer ser o primeiro árbitro com deficiênci­a da CBF

- JÉSSICA ALVES

Com má-formação dos braços, Fabrisio tem luta diária contra o preconceit­o

O amapaense Fabrisio Ferreira, de 28 anos, sonha em ser a primeira pessoa com uma deficiênci­a física no quadro de árbitros da CBF (Confederaç­ão Brasileira de Futebol). Ele nasceu com uma má-formação dos membros superiores e tem os braços mais curtos, mas isso não o impede de seguir atrás do seu objetivo.

Árbitro de futebol há dois anos pela FAF (Federação Amapaense de Futebol), ele já atuou na categoria sub20, no campeonato estadual feminino e em um evento não profission­al de 2018.

No dia 10 de agosto, deu mais um passo ao apitar a final do Estadual sub-15 entre São Paulo e Ypiranga.

O desejo de apitar surgiu ainda na faculdade de educação física, enquanto estudava a matéria sobre futebol. A princípio, ele tentou uma carreira como jogador, mas preferiu se concentrar nos estudos.

“Vi a possibilid­ade de ser um árbitro federado e assim poder estar na CBF, independen­temente da deficiênci­a física. Não pensei duas vezes em apostar nesse sonho”, comenta.

De acordo com a FAF, Fabrisio é o primeiro árbitro federado com deficiênci­a física do Brasil —há outro no Piauí, de acordo com a entidade, mas que ainda não é membro da federação local.

Fabrisio conta que sofreu preconceit­o por causa da deficiênci­a principalm­ente no ambiente da faculdade, mas também em campo.

“Muitos riam de mim por causa disso. Então a cada jogo tive que mostrar que tinha talento e potencial”, afirma. Para superar as chacotas, teve o apoio de familiares e da comissão de arbitragem do estado.

“Todo sonho é possível, não apenas para mim, mas para todos. Se você acredita e é capaz, tudo se torna mais fácil”, afirma Fabrisio. (Folha)

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Fabrisio Ferreira no Facebook

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