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Elenco gigante de crianças faz toda a diferença em ‘Escola do Rock’

Elas são 42 dos 63 atores que atuam na adaptação para os palcos do filme estrelado por Jack Black em 2003

- TETÉ RIBEIRO

As crianças do musical “Escola do Rock” se revezam em três elencos, que se apresentam em noites alternadas. São quase três horas de espetáculo, e elas tocam de verdade seus instrument­os, assim como cantam e atuam.

A autonomia dos intérprete­s mirins está no coração tanto da história que a peça conta quanto no tanto que a plateia se diverte assistindo a ela. Meninas e meninos vão com seus pais e parecem querer participar do show.

O texto é baseado no filme “Escola de Rock”, dirigido por Richard Linklater, em 2003, e com Jack Black no papel principal. Em 2015, virou musical na Broadway, escrito por Julian Fellowes, de “Downton Abbey”, com músicas de Andrew Lloyd Webber, de “Jesus Cristo Superstar” e “O Fantasma da Ópera”.

E chega ao Brasil agora numa versão brasileira fiel à da Broadway, como tem acontecido com outros musicais, que fazem quase uma franquia de seus espetáculo­s.

Se por um lado isso garante qualidade mínima à peça, por outro complica a vida dos tradutores, que se veem lidando com expressões em inglês que não fazem muito sentido em português.

Na história, um desemprega­do aspirante a músico chamado Dewey Finn decide se passar por seu melhor amigo, Ned Schneebly, numa escola conservado­ra e cheia de regras para a qual Ned foi contratado como professor substituto. Dewey não tem a menor intenção de ensinar nada a ninguém, só está interessad­o no dinheiro para pagar o aluguel. Mas, no colégio, descobre que as crianças têm aulas de música desde cedo, sabem tocar bem os instrument­os e têm muito talento.

Apaixonado por rock, decide montar uma banda com os alunos e participar do campeonato Batalha das Bandas. Acaba se transforma­ndo numa influência positiva aos garotos que, pela primeira vez na vida, têm independên­cia e segurança para mostrar o que podem fazer.

As crianças roubam a cena, pois são a mensagem da peça —a de que meninos e meninas podem surpreende­r quando são levados a sério e tratados com respeito.

O elenco mirim é talentoso e bem treinado, especialme­nte os quatro que tocam guitarra, baixo, bateria e teclado. Com Dewey alternando os vocais com uma garota da turma, que canta muito bem, além de outras duas nos vocais de apoio, o professor envolve todos os alunos no projeto, que também tem figurinist­a, empresária, iluminador e segurança. O grupo dos garotos e garotas toca o que seriam composiçõe­s próprias, na verdade músicas de Lloyd Weber compostas para a peça. Na versão brasileira, elas são traduzidas para o português.

Na trilha, aparecem trechos de clássicos do rock que o dublê de professor comenta durante as aulas e os ensaios, nas versões originais.

O fim da história é um grande show no qual a Escola do Rock, nome da banda formada pelos alunos, toca os seus hits. Tem que gostar mesmo de rock para apreciar o musical, porque a trilha é pesada e presente o tempo todo, com uma banda de adultos que toca ao vivo no fosso do teatro. Para a geração de filhos de pais que cresceram ouvindo rock, é uma festa. (Folha) Escola do Rock — O Musical Qui. e sex., às 20h30; sáb. e dom., às 15h e às 18h30. No Teatro Santander (av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, tel. (11) 4003-1212). De R$ 75 a R$ 310 (aceita meia-entrada). Livre. Até 15/12

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Karime Xavier/folhapress Elenco do musical ‘Escola do Rock’; Arthur Berges interpreta o professor Dewey Finn

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