DESTAQUE DO DIA Greve de ônibus promete dar nó na capital nesta sexta-feira
Motoristas e cobradores fecharam terminais e bloquearam corredores e faixas na tarde de ontem
Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo entrariam em greve a partir da meia-noite desta quinta-feira (5) para sexta.
A decisão foi tomada no fim da tarde de quinta, após assembleia e protestos que bloquearam ao menos 23 dos 44 terminais de ônibus da capital e também paralisaram faixas de ônibus e corredores, o que surpreendeu o paulistano.
À noite, a Justiça determinou que o movimento mantenha 70% dos trabalhadores em horário de pico e 50% fora dele. A multa para o descumprimento é de R$ 100 mil.
A prefeitura suspendeu o rodízio de veículos, a Zona Sul e a restrição a ônibus fretados para esta sexta.
A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e o metrô terão operação especial durante a paralisação dos ônibus com oferta máxima de trens.
Pressão
O alvo do protesto dos motoristas e cobradores é a gestão Bruno Covas (PSDB), que anunciou que vai cortar linhas e reduzir a frota de ônibus, o que alimenta temor de demissões.
Manifestantes também cobram o pagamento de participação nos lucros das empresas de ônibus.
Os ônibus, que começaram a parar no início da tarde, voltaram a circular por volta das 17h45.
Mais cedo, corredores de ônibus na avenida 23 de Maio, na avenida 9 de Julho e na rua da Consolação ficaram travados, com consequências em estações de metrô superlotadas, trânsito caótico e preços de carros por aplicativos subindo.
O protesto causou fortes reflexos no trânsito, que tinha, às 17h, 112 km de vias congestionadas —a média para esse horário é de até 95 km de congestionamento.
A manifestação estava marcada para a manhã, em frente à prefeitura, mas ganhou força à tarde, quando motoristas bloquearam a 9 de Julho (centro) e a paralisação passou a afetar outras vias e foi para os bairros.