Agora

Pressão ocorre em meio a mudança no sistema

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A pressão dos trabalhado­res ocorre enquanto a prefeitura tenta tirar do papel a licitação do novo sistema de ônibus. O processo se arrasta desde 2013 e, no último mês, a gestão Bruno Covas (PSDB) sofreu uma derrota quando a Justiça decidiu que o prazo dos contratos, que chegaram a ser licitados, estava irregular.

A discussão na Justiça é se os contratos devem ter 15 ou 20 anos. Uma lei municipal prevê 15 anos. Mas a Câmara Municipal, atendendo à pressão de empresário­s de ônibus, aumentou o prazo para 20 anos.

A alteração foi feita pela emenda em um projeto de lei sobre outro tema. Em primeira e segunda instância, a Justiça decidiu que a alteração era ilegal. A prefeitura estuda agora como recorrer da decisão.

Enquanto o caso corria, a prefeitura firmou um acordo com os donos de ônibus de São Paulo para que passassem a vigorar as regras dos contratos que já haviam sido licitados e que estavam travados na Justiça. O acordo só foi possível porque as antigas empresas do ramo são exatamente as mesmas que venceram os novos contratos na licitação.

As novas regras dão conta de uma reorganiza­ção dos ônibus pela cidade, o que inclui o corte de linhas e frota de ônibus. A antiga frota da cidade tinha 13.600 veículos. Os novos contratos preveem 12.700. O sindicato dos motoristas e cobradores calcula que 450 ônibus já saíram de circulação.

A prefeitura defende que um novo desenho de linhas na cidade é necessário para trazer mais eficiência e menor custo. A gestão diz que, apesar do cortes de ônibus, aumentará a oferta de lugares disponívei­s nos veículos.

Representa­ntes da categoria falaram com o secretário de Mobilidade e Transporte, Edson Caram, que disse que não poderia rever a política de redução de frota e se compromete­u a convencer as empresas a pagarem o PLR atrasado em até dez dias. (Folha)

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