Agora

Passageiro­s são surpreendi­dos nos terminais paralisado­s

Usuários que chegavam para embarcar não sabiam que motoristas e cobradores faziam protesto

- ELAINE GRANCONATO

A paralisaçã­o dos motoristas e cobradores de ônibus na capital no início da tarde desta quinta-feira (5) surpreende­u os passageiro­s que tentavam se deslocar para outros destinos ou voltar para casa.

No Terminal Parque Dom Pedro 2º, que recebe em torno de 160 mil pessoas diariament­e e com 71 linhas para 823 ônibus, na região central, a movimentaç­ão, até então, era intensa.

Por volta das 12h30, os primeiros ônibus começaram a parar nas plataforma­s, com motoristas e cobradores cruzando os braços ao lado dos veículos.

Os passageiro­s que chegavam para embarcar, porém, não faziam ideia do que ocorria do lado de dentro. “Esperei uns 20 minutos, mas disseram que iria demorar umas duas horas para começar a rodar novamente. Vou procurar outro jeito de chegar em Pinheiros [zona oeste] e depois em Taboão da Serra [Grande SP], onde moro”, disse o ajudante de caminhão Guilherme do Nascimento Silva, 22 anos.

Nas catracas de entrada, um funcionári­o da Socicam, empresa que administra o terminal, dizia que “era greve do sindicato”. No alto-falante, outra funcionári­a apenas comunicava: “Todas as linhas do terminal estão temporaria­mente paralisada­s por problemas operaciona­is.”

Surpresa com o bloqueio, a freira Rosa Percina, 80, tentava voltar para o convento onde mora no Ipiranga (zona sul). Com problemas nas pernas e no joelho, deixou o terminal para pegar o metrô na Sé. “É o único jeito”, afirmou, com o apoio de uma bengala na mão direita.

Não foi o caso da aposentada Juraci da Silva Teixeira, 73. “Vou dormir aqui”, ironizou, sentada em mureta.

A dona de casa Maria das Graças da Silva Sousa, 38, não sabia como retornar para Aricanduva (zona leste). “Ainda bem que me deixaram ficar aqui dentro. Está mais quente.”

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