Polícia investiga suspeita de outras torturas em mercado
Fotos e vídeos mostrariam homem amarrado e menino sendo ameaçado em unidade do Ricoy
A Polícia Civil de São Paulo instaurou inquérito, nesta quinta-feira (5), para apurar a suspeita de que seguranças de um mercado de Cidade Ademar (zona sul) costumam torturar suspeitos de furto.
Além de um jovem negro, de 17 anos, chicoteado nu, por tentar furtar quatro barras de chocolate, há suspeita de que ocorreram ao menos outras duas torturas. O site “Brasil de Fato” publicou reportagem que mostra fotos de um homem branco amarrado e com escoriações nas costas e um vídeo de um menino sendo ameaçado mo supermercado.
A equipe de policiais do 80º DP (Distrito Policial), na Vila Joaniza, tenta, a partir da tarde desta quinta-feira, confirmar onde e quando as vítimas sofreram torturas física e psicológica. Não havia, até então, registros.
Em um dos novos casos, seguranças empilharam produtos que a vítima teria tentado roubar no supermercado Ricoy. São embalagens de linguiça e frango, chicletes, desodorante e um xampu. Depois, a vítima aparece com o rosto machucado, encostado em uma estrutura com o logotipo do supermercado.
A terceira vítima seria uma criança. Em um vídeo, um dos seguranças fala a ela: “Você vai ficar em uma cela cheio de moleques da sua idade, ou mais velho, tem uns lá que gostam de abusar de outro moleque. Olha que legal. Tem uns que vão te dar uma surra bem dada. Olha que legal”.
A Justiça de São Paulo expediu mandado de prisão cautelar, válido por 30 dias, na noite desta quarta (4), contra dois seguranças suspeitos de terem torturado o jovem de 17 anos, pelo caso que veio à tona na segunda-feira (2). Na manhã desta quinta-feira, nove investigadores, em quatro viaturas, foram à rua buscar os seguranças, de 37 e 49. Até a conclusão desta edição, eles ainda não haviam sido localizados. O delegado responsável pela investigação do caso afirma que os dois seguranças são considerados foragidos. (UOL)