Boatos alimentam teorias sobre facada
Fato histórico que é, o atentado a faca sofrido por Jair Bolsonaro (PSL) há exatamente um ano, no dia 6 de setembro de 2018, continua muito vivo no imaginário popular graças a boatos, teorias da conspiração e fake news.
Suspeitas de toda ordem foram levantadas desde que Adélio Bispo de Oliveira, 41 anos, cometeu o crime durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
O próprio Bolsonaro, seus filhos e aliados endossam, por exemplo, a versão de que Adélio arquitetou e executou o plano com ajuda de outras pessoas, algo que a Polícia Federal não comprovou até agora.
Dos dois inquéritos abertos pela PF, um foi encerrado em 2018 e concluiu que o algoz agiu sozinho.
Se entre apoiadores de Bolsonaro são frequentes afirmações que põem em descrédito o trabalho da PF —que, para eles, teria sido incapaz de demonstrar a participação de outras pessoas ou partidos de esquerda—, entre opositores do presidente proliferam especulações, sem provas, de que o atentado foi forjado.
O ex-presidente Lula (PT) jogou lenha nessa fogueira em entrevistas recentes na prisão. Em junho, falando ao canal TVT, o petista questionou a veracidade do ataque.
“Aquela facada tem uma coisa muito estranha, uma facada que não aparece sangue em nenhum momento. O cara que dá a facada é protegido pelos seguranças do Bolsonaro, a faca que não aparece em nenhum momento”, disse.
Na semana passada, a BBC Brasil indagou Lula de novo. “Não, eu não disse que não tinha tomado [a facada], disse que não acreditava”, despistou o ex-presidente.
Bolsonaro e seu entorno põem em xeque a teoria do “lobo solitário”. Antônio Moraes Pitombo, seu advogado no caso, diz que eles têm “a percepção de que isso [o ataque] não foi um ato isolado”. (Folha)
Teorias levantadas por Bolsonaro e Lula ainda não foram confirmadas pela PF