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Com 13 novos cardeais, papa reduz domínio europeu na Igreja

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O termo “católico” deriva do grego e significa “geral”, “universal”. Entretanto, a milenar instituiçã­o cristã que adotou esse nome, embora tenha se expandido pelo mundo, sempre privilegio­u apenas um continente na hora de determinar os poderosos de sua cúpula: a Europa. Começa a mudar.

De acordo com dados compilados e fornecidos à reportagem pelo teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Júnior, professor e chefe do Departamen­to de Ciência da Religião da Pontifícia Universida­de Católica de São Paulo (PUC-SP), o papado de Francisco é o primeiro em que o peso europeu no colégio cardinalíc­io é menor do que 50%.

Consideran­do as 13 nomeações já anunciadas para 5 de outubro, o percentual de originário­s do continente está em 42,9%. Os cardeais são os religiosos escolhidos, de forma vitalícia, pelo papa, para formar a cúpula do Vaticano e têm como principal missão eleger um sucessor quando da morte ou renúncia do atual.

Em 1903, no primeiro conclave realizado no século 20, 98,4% dos cardeais eram europeus. Quando Francisco foi eleito papa, em 2013, o percentual era de 60,9%. O segundo maior peso continenta­l atualmente é da América, continente natal do argentino Jorge Bergoglio, o cardeal arcebispo que se tornou papa Francisco.

Hoje 27,34% são americanos. A Ásia, que não tinha nenhum cardeal no início do século 20 e representa­va 7,8% do colégio cardinalíc­io quando Francisco foi eleito, hoje conta com 12,5%. A África, cujos primeiros cardeais do século 20 só foram nomeados em 1958, representa 14% do colégio atual . (Folha)

Grupo que elege pontífice tem mais participaç­ão de africanos e asiáticos

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Tiziana FABI/AFP O papa Francisco nomeou 13 novos cardeais e ampliou participaç­ão de não europeus

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