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Oeste bate o Guarani e manda rival à lanterna

- MARCOS GUEDES

O Corinthian­s recebeu o Santos, no Parque São Jorge, na segunda rodada do Campeonato Brasileiro, em duelo de grandes forças do futebol feminino nacional, e perdeu por 2 a 1. Isso ocorreu no dia 21 de março, há quase seis meses. De lá para cá, o time tem 100% de aproveitam­ento.

Foram 30 vitórias seguidas, sequência que já superou a marca anterior estabeleci­da no Guinness World Records —a entidade que compila os recordes está apurando a série para confirmar o novo registro. Jogadoras e o técnico Arthur Elias estão cheios de orgulho, mas não satisfeito­s, pois faltam troféus para coroar a façanha histórica.

“É a consequênc­ia de um trabalho bem feito. O grupo está de parabéns pelo que está desempenha­ndo”, afirmou a meia Gabi Zanotti, 34 anos. “Espero que a gente continue assim, quebrando o recorde de vitórias, porque chegamos a um momento decisivo das competiçõe­s. É mata-mata, não tem como perder agora.”

O Campeonato Brasileiro está na fase semifinal. A partir das 14h (de Brasília) deste domingo (8), a equipe alvinegra começará a duelar com o Flamengo por uma vaga na decisão. A primeira partida, de mando rubronegro, será disputada no estádio Kleber Andrade, em Cariacica, com transmissã­o ao vivo pela Band.

Classifica­do também às semifinais do Paulista, o Corinthian­s espera cumprir suas metas no final da temporada e renovar a convicção de Arthur Elias, 38, em sua aposta. Na década passada, ainda um jovem treinador, ele viu amplo espaço para cresciment­o no futebol feminino e decidiu seguir neste caminho.

“Até demorou um pouco mais do que deveria”, disse, sorrindo, esperanços­o com o aumento do interesse do público. Não há registros confiáveis da média de espectador­es, já que a maior parte dos jogos tem catraca livre, mas, ainda que os estádios estejam frequentem­ente vazios para os padrões do futebol masculino, a expansão é notável.

Ajudou bastante nessa dilatação o interesse gerado pela Copa do Mundo feminina, concluída há dois meses. A partida na qual o Brasil foi eliminado pela França é a mais vista da história da modalidade, com 59 milhões de espectador­es no planeta, e as pessoas envolvidas no esporte parecem acreditar que desta vez o sucesso será duradouro.

“A Copa mostrou. Aqueles que não tinham conhecimen­to da modalidade começaram a gostar. É um produto que, sabendo usar, pode ser bem vendido e rentável. Com visibilida­de, é mais fácil conseguir patrocinad­ores. E a gente sabe como isso é importante”, afirmou Gabi Zanotti.

“A gente viu, em outros momentos, a modalidade ter um destaque e depois realmente se esfriar. Agora, não tenho dúvida, tenho convicção realmente de que o futebol feminino só vai crescer. Isso tem acontecido no mundo inteiro”, disse Arthur Elias, outro a citar motivos mercadológ­icos para seu otimismo.

O cenário é de cresciment­o, mas, mesmo na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, ainda há equipes de baixo nível, sem qualquer capacidade de investimen­to. A campanha que levou o Corinthian­s às semifinais teve, por exemplo, uma vitória por 9 a 0 sobre o São Francisco, da Bahia. O Flamengo, cujo time é uma parceria do clube com a Marinha do Brasil, fez 10 a 0 no Vitória, de Pernambuco.

As equipes que se enfrentarã­o agora têm maior equilíbrio de talentos. Não há dúvida, porém, de que o favoritism­o seja do Alvinegro, que acumula 102 gols marcados e apenas 9 sofridos na série de 30 triunfos. Na seleção brasileira que disputou torneio amistoso em São Paulo na semana passada, havia quatro atletas do Parque São Jorge: Erika, Tamires, Millene e Victória Albuquerqu­e.

Millene é a artilheira do Brasileiro, com 19 gols, e colocou na rede a bola que assegurou o recorde, na suada vitória por 1 a 0 sobre o São José. A goleadora é uma das grandes armas do time feminino do Corinthian­s, reativado em parceria com o Audax, de Osasco, em 2016.

A parceria rendeu frutos, como o título da Copa do Brasil-16 e o da Libertador­es-17. Em 2018, já separado do Audax, o Timão conquistou o Brasileiro. Agora, além de sustentar o recorde, as atletas esperam erguer novas taças e fazer parte de um momento histórico de salto do futebol feminino.

Após duas vitórias seguidas na Série B do Brasileiro, o Guarani recebeu neste sábado (7) o Oeste precisando da vitória para deixar a zona de rebaixamen­to. No entanto, foi o visitante que conseguiu sair da degola ao vencer por 3 a 2. Com isso, o Bugre agora amarga a lanterna com 19 pontos em 21 rodadas da Segundona. (CQ)

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Bruno Teixeira - 31.ago.19/corinthian­s/divulgação As Guerreiras do Corinthian­s comemoram a vitória sobre a Ponte Preta, pelo Campeonato Paulista da categoria

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