Saiba como ajudar outras pessoas sem absorver o ‘lixo emocional’
Não é aconselhável ‘abraçar’ problemas alheios e buscar solução, mas é preciso ter empatia e saber escutar
Não dá para tomar problemas alheios e tentar resolvê-los como se fossem nossos. Isso atrai emoções negativas. Para ajudar quem está perto, e sermos empáticos, podemos oferecer uma escuta sincera e realizar o que está ao alcance.
Relações saudáveis são baseadas em trocas harmônicas. Desenvolver a empatia tornou-se essencial para construir um mundo melhor e mais solidário. Essa é a capacidade genuína de colocar-se no lugar do outro, sem críticas e sem julgamentos. Mas é preciso impor limites. “As pessoas devem se responsabilizar pelos seus problemas. É importante ajudar, mas sem interferir no enfrentamento da situação”, diz Eliana Melcher Martins, coordenadora no Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-comportamental da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Muitas vezes, consideramos que uma ajuda valiosa implica sacrifícios. Não é bem assim. Está cada vez mais raro encontrar ouvidos que queiram ouvir com sinceridade e vontade de ajudar. “Por outro lado, existe um desejo insaciável pelo poder e sentimento de importância. A ilusão de ser capaz de resolver a vida do outro infla nosso ego”, alerta a psicóloga Marcia Marchiori.
Um apoio consistente pode ajudar muito mais quem está realmente precisando. Ou seja, “abraçar” o problema do outro não minimiza a sua dor, tampouco garante uma solução. “Só vai gastando energia em algo que não lhe pertence, podendo gerar ansiedade, frustrações e até depressão, pois nem sempre é possível ajudar efetivamente”, destaca a psicóloga Priscila Gasparini Fernandes, psicanalista com especialização em neuropsicologia e neuropsicanálise.
Ela lembra que com pessoas mais próximas é mais difícil impor limites. Mas é importante manter o foco na ajuda com o distanciamento necessário para que a ajuda realmente prevaleça. (UOL)