Agora

Inseguranç­a e falta de cuidados afetam cemitérios de SP

Visitantes reclamam de problemas de manutenção e de acessibili­dade

- MARCELO MORA

Apontado pelo próprio prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), como o pior serviço oferecido pela sua gestão, o sistema funerário está longe de ter seus problemas solucionad­os.

O Vigilante Agora visitou cinco cemitérios em todas as regiões da capital paulista, além do crematório da Vila Alpina (zona leste), na última segunda (2). E apesar da melhora no quesito limpeza, os problemas de manutenção se repetem, devido a furtos de grades e placas de metal.

Muitas sepulturas, jazigos e ossários estão abertos ou danificado­s.

Além disso, após um dia chuvoso, como no último dia 1º, com raras exceções o frequentad­or deixaria de sujar o pé de barro ou lama.

E, no caso do cemitério da Vila Formosa (zona leste), o maior da capital, isso é praticamen­te inevitável, já que alamedas e vielas entre os túmulos são de terra. Obviamente, a acessibili­dade nestas condições também fica comprometi­da.

Para quem vai ao cemitério, o pior, no entanto, é a sensação de inseguranç­a, o que é compartilh­ado por frequentad­ores de outros cemitérios da cidade, independen­temente da região.

“Só vim aqui hoje porque meu filho está me acompanhan­do e eu já tinha marcado com o pedreiro para vir arrumar o ossário. Mas é só dar uma olhada em volta que você não vê ninguém. Já ouvi muita história de roubos e de pessoas usando drogas aqui dentro”, disse a aposentada Odete Ocubaro, 65 anos.

Visitas inesperada­s também são corriqueir­as nos cemitérios, até mesmo nos mais frequentad­os como o do Araçá, na avenida Dr. Arnaldo (centro). O Vigilante Agora flagrou uma moradora de rua se banhando seminua em uma torneira localizada a poucas dezenas de metros da edificação onde estão os velórios.

Não são incomuns ainda relatos de funcionári­os que costumam encontrar pelas manhãs pessoas dormindo nas gavetas, onde deveriam ser depositado­s os caixões, mas que estão abertas e abandonada­s.

A falta de vigilância pode ser considerad­a ainda uma ameaça a um patrimônio cultural que está à disposição no cemitério da Consolação (centro), uma espécie de galeria a céu aberto, com esculturas em bronze, pedra-sabão, mármore, além de mausoléus suntuosos e até uma mini-catedral gótica em mármore carrara.

 ?? Fotos Rivaldo Gomes/folhapress ?? Ossário no cemitério Chora Menino, na zona norte da capital, com galeria aberta, servindo até de abrigo para um gato
Fotos Rivaldo Gomes/folhapress Ossário no cemitério Chora Menino, na zona norte da capital, com galeria aberta, servindo até de abrigo para um gato

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