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Capão Redondo lidera ranking de agressão a mulher na capital

Levantamen­to de chamados à Polícia Militar mostra 907 casos no bairro da zona sul até julho

- ROGÉRIO PAGNAN HENRIQUE CURI

As mulheres de São Paulo estão mais vulnerávei­s à agressão doméstica nas noites de domingo no Capão Redondo (zona sul). Foi dessa região paulistana que partiram 907 pedidos de socorro em ambiente doméstico, a maioria deles tendo mulheres como vítimas. O número representa 6% de todos os 15.561 acionament­os registrado­s pela Polícia Militar de janeiro a julho deste ano.

É um pedido de socorro a cada 20 minutos (levantamen­to a partir de dados de saúde mostra que a média nacional de registro de agressões é ainda mais alta).

Os dados fazem parte de um levantamen­to inédito obtido pela reportagem, por meio da Lei de Acesso à Informação. Eles formam o retrato mais fidedigno possível da violência doméstica na cidade, pois indicam os registros dos atendiment­os acionados pelo serviço de emergência 190.

Além de informar a localizaçã­o geográfica dos casos, e não o distrito policial onde foram registrado­s, esses números contêm ainda os atendiment­os feitos pela PM que não chegam a ser investigad­os pela Polícia Civil por falta de queixa da vítima, e que ficavam fora de estatístic­as a partir de boletins de ocorrência.

Do triste ranking liderado pelo Capão Redondo, fazem parte as regiões de Perus/jardim Pirituba (5,4%) e Brasilândi­a (4,6%), na zona norte, além de Itaquera (4,5%) e Itaim Paulista (4,5%), na zona leste. Todas são regiões pobres.

Com menor número de acionament­os, estão os bairros da Consolação (1%), na região central, Vila Mariana (1,2%), zona sul, Vila Leopoldina (1,2%), zona oeste, além de Sé (1,3%) e Bom Retiro (1,7%), centro.

Os dados mostram ainda que 38% dos acionament­os acontecem no período noturno (de 18h a 0h). Também indicam que, além da maior incidência aos sábados, domingos e segundasfe­iras, boa parte dos chamados (13%) ocorre às quartas-feiras. “Pode ter relação com o futebol, já que quarta e domingo tem jogo”, diz a promotora Fabíola Sucasas, do grupo de enfrentame­nto à violência doméstica do Ministério Público de São Paulo. (Folha) Perus/ Jd. Pirituba Capão Redondo

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