Ator diz que adiciona uma pitada de Jim Carrey a seu personagem
influenciador Jesse Junior (Victor Lamoglia) stá na mira de Diogo
UAs coisas que ele [Diogo] fala e faz são muito graves. Eu quis subverter isso a ponto de deixá-lo engraçado Armando Babaioff, 38, ator
copata cafona. As referências dele são as referências que todo brasileiro tem. Até a cueca vermelha dele a gente já viu em algum lugar. Ele se comporta como um típico brasileiro que quer fazer parte da alta sociedade, mas que não tem jeito, modos, nada.”
Para garantir sua parte da herança Diogo tenta, inclusive, dar um golpe na própria mulher. Em uma cena recente, ele transou com Nana alcoolizada e desacordada, o que despertou a indignação de muitos telespectadores.
“Diogo acha que isso é normal porque é marido dela. Existe o machismo, mas em primeiro plano tem a psicopatia, a ausência de culpa. Então é muito pior. Vai além do machismo. Ele leva uma lição de moral muito grande da Nana. Ela exige respeito.”
Sem medo de desafios
Encarar o primeiro vilão da carreira não foi motivo de medo para Babaioff, que estreou na TV em 2006, na novela “Páginas da Vida”, de Manoel Carlos.
“Muita coisa aconteceu na minha vida, mas as coisas mais importantes aconteceram fora daqui, em outro lugar, entendendo quais são as minhas intenções nesta profissão, qual a responsabilidade que eu tenho como artista, inclusive no âmbito social”, afirma o ator.
Ele diz que sempre estudou em instituições públicas e que hoje estão sucateadas, como a Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, e que quer retribuir o esforço dos contribuintes. “Eu preciso lembrar de onde venho. O tempo todo faço questão disso.”
Além do trabalho na TV, Babaioff está no elenco do espetáculo “Tom Na Fazenda”, que faz turnê pelo Brasil e já foi para Montreal, no Canadá —tudo sem patrocínio.
“O objetivo da peça não é fazer dinheiro. É mostrar o que os artistas brasileiros pensam deste momento. Não sei pintar, cantar e nem escrever. A única coisa que sei fazer é subir num palco e dizer o que penso do mundo. É nesse lugar que tenho a minha responsabilidade social.”
Armando Babaioff é um ator com bagagem. Faz teatro desde os 11 anos de idade e tem mais de 13 anos de experiência na TV. No ar em “Bom Sucesso”, ele diz que tenta dar seu toque ao inescrupuloso e cínico Diogo, que só quer saber de vender a editora de Alberto (Antonio Fagundes). O personagem, para ele, tem tantos predicados e nuances que ele resolveu levá-lo para o lado do humor.
“Ele está mais para [o ator canadense] Jim Carrey. O que presto atenção é onde posso colocar as esquisitices dele, no jeito de olhar, como ele vira a cabeça, como gesticula, ver onde pode entrar a sedução, a canalhice, a frieza.”
Com a descoberta da doença de Alberto, Diogo virou diretor comercial da Prado Monteiro e agora vai se alinhar a bandidos para tentar tirar Paloma (Grazi Massafera) da casa do empresário.
Ele ainda tem um caso com a assistente da esposa, Gisele (Sheron Menezzes), e a possibilidade de ser flagrado por Nana é o tempero dessa relação. Ao lado da amante, ele desenvolve planos para provocar a falência ou incentivar a venda da editora.
“O personagem entende como cada um funciona, a deficiência de cada um e vai pelas brechas. É um sociopata, um aproveitador. Não vai medir esforços para conseguir o que quer, passa por cima de qualquer um”, revela.
Babaioff afirma que, por mais que seja um vilão caricato, ele não teme que as vovozinhas na rua o acertem com guarda-chuva na cabeça, como de vez em quando acontece.
“Quero que as pessoas amem odiar, tenham raiva de gostar dele. Mas adianto que, pelas coisas que ele faz, certamente não terá um bom final. Ele não poderá sair impune.”