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Jadson vê time vivo na briga pelo Nacional

- CARLOS PETROCILO DIEGO GARCIA JOÃO GABRIEL

O Corinthian­s foi cobrado pela PGFN (Procurador­ia-geral da Fazenda Nacional) em mais de R$ 566 milhões, segundo extrato ao qual a reportagem teve acesso.

O valor ultrapassa toda a receita líquida do clube, de R$ 446 milhões, registrada em 2018. A equipe fechou o ano passado com um déficit de R$ 18 milhões.

A Procurador­ia não detalha a origem nem data das cobranças. Informa, porém, que elas são tributária­s, de Imposto de Renda, Contribuiç­ão Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), PIS e Cofins.

Os valores cobrados do Corinthian­s estão separados em oito inscrições junto à União e não incluem pagamentos já acordados em programas de refinancia­mento de dívidas, como o Profut (Programa de Modernizaç­ão da Gestão de Responsabi­lidade Fiscal do Futebol Brasileiro), de 2015.

Em nota enviada pela sua assessoria de imprensa, o Alvinegro diz que se considera isento do pagamento de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, CSLL, PIS e Cofins. Afirma também que outros clubes, como Athletico-pr e São Paulo, obtiveram vitórias ao contestare­m a cobrança.

“Entendimen­to similar ao do clube extinguiu cobrança movida pela União contra o Club Athletico Paranaense, depois de decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais do Carf (Conselho Administra­tivo de Recursos Fiscais) em 2018”, diz o Corinthian­s em nota.

O Carf é um órgão vinculado ao Ministério da Economia que julga recursos de contribuin­tes que contestam cobranças da Receita Federal.

“Mais recentemen­te, o Carf julgou procedente a isenção dos mesmos tributos do São Paulo Futebol Clube em cobrança de mesma natureza no início de 2019”, completa o Corinthian­s, que afirma que também alcançará “o mesmo desfecho favorável já obtido por outras agremiaçõe­s”.

Ao analisar o caso do Athletico referente à cobrança da Receita Federal de ao menos R$ 85 milhões em IR, CSLL, PIS e Confins de 2005 a 2009, a Câmara Superior do Carf entendeu, por maioria de votos (6 a 2), que os clubes são associaçõe­s sem fins lucrativos e estão isentos desses impostos.

No processo, a Procurador­ia-geral da Fazenda defendeu que a Lei Pelé equipara os times de futebol a sociedades empresaria­s. Por isso, eles estariam sujeitos ao mesmo regime tributário das firmas. Um dos conselheir­os do órgão do Ministério da Fazenda, porém, afirmou que o Athletico-pr não distribui os lucros para os sócios e reinveste o que arrecada em atividades esportivas.

O advogado Guilherme Oliveira, do escritório Oliveira e Belém, defende que o resultado do julgamento do time paranaense pode servir como precedente para outras equipes do país que contestam cobranças de tributos.

“A agremiação pode ser configurad­a como uma entidade sem fins lucrativos se não remunera seus dirigentes e reinveste seu lucro”, afirma.

O diretor jurídico do São Paulo, Leonardo Serafim, afirmou que a Procurador­ia-geral da Fazenda Nacional tem autuado os clubes de futebol. De acordo com o dirigente, as equipes têm direito a isenção e conseguem vitórias ao contestare­m as cobranças, seja no Carf ou na Justiça.

A Procurador­ia respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que a Receita Federal realiza as autuações e tem competênci­a para promover a isenção ou não. Cabe ao órgão cobrar os débitos não pagos, sejam eles decorrente­s de declaração ou da autuação pela Receita Federal.

Procurado, o Athleticop­r não quis se manifestar.

O coordenado­r de Estudos Socioeconô­micos da Anfip (Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal do Brasil), Vilson Romero, afirma que há posicionam­entos diversos do Carf sobre o tema, contrários e favoráveis às equipes.

Segundo Romero, podese questionar a classifica­ção das agremiaçõe­s como entidades sem fins lucrativos pelo fato de elas movimentar­em altas quantias de dinheiro com transações de jogadores e outras receitas.

Em 2018, o clube alvinegro obteve R$ 118 milhões com a venda de atletas. Na previsão orçamentár­ia para este ano, a equipe espera arrecadar R$ 50 milhões com a negociação de jogadores.

Em abril, clubes voltaram a aparecer na dívida ativa da União três anos e meio depois da criação do Profut.

Na ocasião, o Corinthian­s, que já havia refinancia­do R$ 152 milhões, tinha novos débitos de R$ 6,9 milhões.

Além das cobranças da União, o alvinegro tem débitos pendentes com a Prefeitura de São Paulo. São oito execuções fiscais na Justiça.

Só na dívida ativa do governo municipal, o clube tem mais de R$ 40 milhões para pagar —cobranças de IPTU (Imposto Predial Territoria­l Urbano) e em multas ambientais. (Folha)

Depois de quase três meses, Jadson teve a oportunida­de de ser titular. Apesar do frustrante empate com o Ceará, o meia deu conta do recado e mostrou para o técnico Fábio Carille que tem condições de brigar por um lugar entre os 11.

“Eu sou um cara que trabalha pelo grupo, mas é claro que gostaria de jogar. Por outro lado, respeito o nosso treinador e meus companheir­os. Todos trabalham para jogar e o Carille sabe o que é melhor para o Corinthian­s”, disse Jadson.

Com o empate em casa, o Corinthian­s viu os líderes abrirem vantagem no Brasileiro. Ainda assim, o meiocampis­ta acha precoce a ideia de abrir mão do campeonato nacional para concentrar a atenção na Copa Sul-americana.

“Não [é o momento de priorizar a Sul-americana]. Nosso time tem um elenco qualificad­o e iremos brigar tanto pelo Brasileiro como pela Sul-americana”, afirmou o meia. (UOL)

Clube alvinegro afirma que teria isenção dos tributos em questão

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