DESTAQUE DO DIA Médicos denunciam desfalques em escala de plantão de hospital
A população atendida pelo Hospital Municipal e Maternidade Professor Mário Degni, no Rio Pequeno (zona oeste), está “em situação de risco” devido à falta de médicos, segundo integrantes do próprio corpo clínico da unidade.
A denúncia foi feita no mês passado por meio de carta endereçada ao secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido dos Santos, com cópias para o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o Conselho Regional de Medicina (Cremesp) e para o Conselho de Ética da referida unidade hospitalar. Ao todo, nove médicos assinam a missiva em tom de apelo.
De acordo com os médicos, o hospital e maternidade, que atende gestantes de alto risco e é referência para ao menos 23 unidades básicas de saúde (UBS) e outros dois Prontos Socorros da região, está “atravessando um período com grande desfalque na escala médica, especialmente na área de Tocoginecologia/obstetrícia e Neonatologia”.
No momento, relata a carta, diversos plantões estão com escala reduzida, contando com apenas um médico obstetra, como aos “Domingos, Terças-feiras (plantão noturno) e Quintas (plantão diurno)”. No plantão noturno das quartas e quintas-feiras, a situação é pior: “SEM nenhum Obstetra na Escala”.
Devido a isso, no entender dos médicos, os próprios profissionais da unidade estariam em risco, dada a gravidade da situação já há alguns meses, da qual “a Diretoria Técnica do Hospital está ciente”, de acordo com o documento, e que “exige medidas dos próprios profissionais bem como das autoridades competentes que não estão nos dando respaldo neste momento, como a Autarquia Hospitalar Municipal (AHM)”.
“Solicitamos medidas urgentes a fim de minimizarmos riscos e possíveis prejuízos à população, a qual julgamos já estar sofrendo”, finaliza a carta.
O Fórum Popular de Saúde Oeste repudiou a demissão de um dos médicos signatários da carta. “O referido profissional, cumprindo o código de ética que rege sua profissão, lutou, junto com seus colegas, por um atendimento digno à população”, diz o movimento.