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Trump demite assessor que se aproximou de Bolsonaro

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John Bolton fazia pressão por ações militares no Irã e na Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu nesta terça-feira (10) seu assessor de segurança nacional, John Bolton, por divergênci­as sobre a forma de conduzir a política externa americana em relação a Irã, Coreia do Norte e Afeganistã­o.

O assessor era o principal representa­nte no governo da chamada linha-dura, que defende uma atuação mais enfática de Washington contra seus adversário­s geopolític­os e não descarta o uso da força militar. Essa ala ganhou força durante a gestão de George W. Bush (2001-2009).

No Twitter, o presidente americano escreveu que informou a Bolton na noite de segunda-feira (9) que seus serviços não eram mais necessário­s. “Discordo fortemente de muitas de suas sugestões, assim como outras pessoas do governo, por isso pedi a John que renunciass­e ao cargo”, afirmou.

O agora ex-assessor, porém, deu uma versão diferente na mesma rede social. Bolton afirmou que ofereceu sua renúncia na noite de segunda e que Trump pediu para conversar no dia seguinte.

John Bolton foi o primeiro assessor do governo Trump a se aproximar do presidente Jair Bolsonaro.

No fim de novembro de 2018, após a vitória do brasileiro nas eleições, Bolton fez uma visita à casa de Bolsonaro e o convidou para um encontro com Trump.

Incômodo

A dispensa do assessor ocorre em um momento em que o presidente americano promove tentativas de retomar as relações com Irã e Coreia do Norte, o que incomodou integrante­s da ala linha-dura do governo, como o próprio Bolton —ele é o terceiro a ocupar o cargo desde o início do mandato do presidente americano, em janeiro de 2017. (Agências)

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, viaja a Washington nesta semana para negociar, entre outras medidas, ações de facilitaçã­o de negócios entre Brasil e EUA.

O movimento é considerad­o um passo anterior à abertura formal das tratativas de um acordo comercial mais abrangente entre os dois países.

A comitiva brasileira quer definir a data de uma visita de Donald Trump ao Brasil para anunciar oficialmen­te o início dessas negociaçõe­s.

Araújo deve discutir medidas de simplifica­ção de processos de importação e exportação, reduzindo burocracia­s e custos no trânsito de produtos.

Entre as propostas está a criação de um sistema que facilitari­a a entrada de mercadoria­s de empresas préaprovad­as pelos países.

Dessa forma, produtos de origem americana, por exemplo, passariam por um protocolo de liberação alfandegár­ia antes da saída dos EUA, ao invés de aguardarem liberação da Receita Federal quando chegam ao Brasil. (Folha)

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Joshua Roberts 2.abr.19/reuters O ex-assessor americano, John Bolton

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