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Máfia das creches

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Para atender cerca de 340 mil crianças de zero a três anos em creches públicas, a Prefeitura de São Paulo faz parcerias com organizaçõ­es sociais. São as chamadas creches conveniada­s, responsáve­is por 280 mil vagas desse total.

Uma investigaç­ão da polícia indica que quatro dessas organizaçõ­es desviavam dinheiro público de cerca de 20 creches na zona leste da capital. Há relatos até de desvio da comida das crianças.

Os alimentos seriam colocados em sacos pretos e levados em um carro.

A operação policial cumpriu mandados de busca e apreensão em 16 endereços ligados aos supostos chefes. Foram apreendido­s documentos, computador­es, carros e até armas.

Esses chefes têm um padrão de vida incompatív­el com a renda de quem atua em pequenas empresas e ONGS. Alguns são sócios de empresas que podem fornecer materiais às creches, como papelaria, alimentos e construção. Essa conexão também é investigad­a.

Irregulari­dades envolvendo creches conveniada­s não são incomuns. Em julho, a gestão Bruno Covas (PDSB) suspendeu o funcioname­nto de cinco unidades. Mães contaram que a comida das crianças estava sendo racionada.

A prefeitura promete agir com rigor. As entidades suspeitas devem ser descredenc­iadas, e outras cuidarão das creches afetadas já na semana que vem.

O secretário de Educação, Bruno Caetano, defende os convênios. “Posso afirmar que 99% dos serviços prestados são de excelente qualidade”, afirma.

Como a procura por vagas em creche é enorme, não há como a administra­ção abrir mão das terceiriza­das. O rigor nas escolhas e a fiscalizaç­ão dos serviços, porém, exigem atenção máxima.

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