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Prédio de R$ 1,2 bilhão do TJ de SP cria mal-estar em tribunal

Edif ício deve reunir todos os gabinetes dos 360 desembarga­dores e juízes substituto­s do estado

- JOSÉ MARQUES

A retomada de um plano para construir um novo prédio para o Tribunal de Justiça de São Paulo, que abrigaria os gabinetes dos magistrado­s a um custo previsto de R$ 1,2 bilhão, provocou mal-estar entre integrante­s da corte e o presidente, desembarga­dor Manoel Pereira Calças.

Pereira Calças foi contestado com pedido de divulgação ampla dos detalhes da obra e mais transparên­cia na licitação do projeto executivo do prédio, que tem valor referência de R$ 25,3 milhões.

Na semana passada, o presidente do TJ resolveu suspender por 30 dias o resultado da concorrênc­ia, “para que não se alegue qualquer irregulari­dade”. A abertura dos envelopes com as propostas, inicialmen­te, aconteceri­a na última segunda (9).

Previsto para ser erguido no centro de São Paulo em uma área de 12 mil m², o edifício deve reunir todos os gabinetes dos 360 desembarga­dores e juízes substituto­s do estado, em duas torres de 31 pavimentos (24 andares, térreo e seis subsolos), com heliponto.

O presidente do tribunal retomou uma ideia iniciada em 1975 (quando o Governo de São Paulo desapropri­ou a área) e que voltou a ser discutida nos anos de 2005 e 2006.

Em 2013, o valor previsto para a construção do prédio era de R$ 500 milhões. Agora, é de R$ 1,2 bilhão, embora o custo final ainda não esteja definido. Segundo o tribunal, o projeto executivo é essencial para o correto orçamento da obra, e o valor de referência foi feito com base em estudo técnico preliminar e pesquisa de mercado.

A expectativ­a atual é inaugurar o edifício de 2025 a 2027. A justificat­iva é que esse novo prédio economizar­ia cerca R$ 58 milhões ao ano, que são gastos com transporte dos magistrado­s e em aluguéis.

Na prática, porém, essa economia só saldaria os gastos com a construção 20 anos após o edifício ser inaugurado, caso o valor estimado de R$ 1,2 bilhão se concretize até a conclusão da construção.

O Palácio da Justiça, atual sede do tribunal, continuari­a a funcionar, mas os gabinetes dos desembarga­dores, que estão distribuíd­os em diversos prédios locados, ficariam em um único espaço.

Tanto o provável valor final quanto a data de inauguraçã­o foram apresentad­os pelo desembarga­dor Pereira Calças em slides do anteprojet­o da obra publicados pelo site Conjur.

O tribunal justifica que a construção do prédio valorizará a baixada do Glicério, região degradada do centro, com “importânci­a urbanístic­a”. Também alega melhoria logística. (Folha)

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Reprodução Imagem de anteprojet­o de arquitetur­a do prédio que o Tribunal de Justiça de SP quer construir na região do Glicério, centro de São Paulo

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