‘Não sabia receber elogio’, revela Grazi Massafera
Com mais de dez anos de carreira na TV, atriz celebra boa fase como a protagonista da novela ‘Bom Sucesso’ e afirma que só agora consegue acreditar em elogios
RIO DE JANEIRO Grazi Massafera, 37 anos, estreou nas novelas em 2006 como a Thelma de “Páginas da Vida”. Mas foi só agora, como protagonista de “Bom Sucesso”, folhetim das 19h da Globo, que a atriz diz ter aprendido a receber elogios —e a acreditar neles.
“Antes eu sempre me boicotava. Eu não sabia receber elogios. Estou aprendendo com esta personagem [Paloma] e com este momento da carreira”, celebra a atriz. “Eu achava que eu não merecia os elogios e que eles aconteciam porque a pessoa gostava muito de mim ou porque queria puxar meu saco. Existiu um trabalho interno.”
Grazi conta que, quando decidiu ser atriz, após sair do “BBB 5” (2005), pensou que viveria uma vida cheia de glamour, mas percebeu que a profissão exigia muito mais dedicação do que ela imaginava. “É para quem realmente leva a sério e quer crescer. Esta é uma profissão dura, mas prazerosa.”
Um dos motivos que estimularam Grazi a aceitar o papel na novela de Rosane Svartman e Paulo Halm foi a possibilidade de homenagear sua mãe, a costureira Cleuza, por meio de personagem Paloma, que tem a mesma profissão.
“Escutei barulho de máquina de costura a minha infância toda. Faz parte da minha memória afetiva. Eu sei mexer na máquina e vivia nos pés da minha mãe fazendo roupinhas de boneca. Ela costurando em cima e eu embaixo. Minha avó também foi costureira, então isso é de família. Sei fazer algumas coisas.”
Trabalhar ao lado de Antonio Fagundes, que interpreta o empresário Alberto, amigo de Paloma, também é motivo de orgulho para a atriz. Recentemente, ele disse que Grazi é uma “atriz de mão-cheia”.
“Para mim é uma formação, algo que venho conquistando diariamente. Estar ao lado de um ícone como ele é uma honra”, afirma.
E por falar em formação, Grazi diz que admira a capacidade de Fagundes para decorar os textos. A atriz conta que ficava muito ansiosa por ter que decorar falas, mas diz que, com o tempo, acabou encontrando um jeito de provocar mais suas emoções —neste ponto, ela teve uma ajuda essencial: “A ioga me trouxe foco e concentração e diminuiu minha ansiedade”.
Abordada nas ruas pelos fãs, a atriz conta que dias atrás conheceu em um aeroporto uma mulher que vive o mesmo drama que Paloma enfrentou no início da novela: a descoberta de uma doença grave, capaz de levá-la a morte em pouco tempo. Mas, ao contrário do que aconteceu com a personagem, a telespectadora não teve um diagnóstico equivocado.
“Eu abracei a mulher e quase comecei a chorar também. Chegar até as pessoas e ressignificar momentos difíceis com uma novela tão leve é o que faz sentido para mim hoje. Não é mais o dinheiro. Eu estou bem [financeiramente].”