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O novo Pacaembu

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Depois de idas, vindas e disputas na Justiça, a Prefeitura de São Paulo assinou na segunda-feira (16) a concessão do estádio do Pacaembu por 35 anos.

O consórcio responsáve­l prevê fechar o estádio para obras por ao menos dois anos, à exceção da praça Charles Miller e do Museu do Futebol. Também não será possível acessar o ginásio, a piscina e as quadras. Os trabalhos devem começar no primeiro semestre de 2020.

A mudança promete ser radical. O tobogã será derrubado e dará lugar a um prédio multiuso, com lojas, escritório­s e restaurant­es. Estão previstos ainda estacionam­ento no subsolo, novos camarotes, arena subterrâne­a para shows e eventos e reforma de arquibanca­das.

A gestão Bruno Covas (PSDB) calcula que a cidade ganhará R$ 657 milhões. Para o prefeito, em vez de “investir em novos banheiros” do Pacaembu, a prefeitura precisa “terminar obras de 12 CEUS”.

Não se discute que há prioridade­s muito mais urgentes, como educação, saúde, transporte e habitação. A concessão poderá ajudar nas contas públicas e, talvez, permitir novos investimen­tos.

Quando inaugurado, em 1940, o Pacaembu era o maior estádio do país, com 70 mil lugares. Foi palco de jogos históricos, inclusive da Copa do Mundo de 1950. Faz parte da história de São Paulo.

Após tantas décadas, uma modernizaç­ão era bem-vinda. Espera-se, porém, que algumas caracterís­ticas sejam preservada­s, como os setores populares —o fim do tobogã, que oferecia os ingressos mais baratos, é um mau sinal.

Hoje com capacidade para 40 mil pessoas, o estádio comportará 26 mil após a reforma. Ainda que ganhe cara de arena ou shopping, fica a pergunta: haverá espaço para torcedores mais humildes?

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