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Sobe para 14 o número de mortos no Rio

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Mais de um terço das grandes empresas no Brasil consultada­s em uma sondagem não possui orçamento para se prevenir contra incêndios. E não é por que as empresas achem caro se proteger —69% avaliam o custo dessa prevenção como “ideal” no orçamento.

Os dados constam de levantamen­to do instituto Ipsos feito com 300 grandes empresas (mais de 250 funcionári­os) em solo nacional e encomendad­o pelo ISB (Instituto Sprinkler Brasil). Eles revelam que há, sim, preocupaçã­o com a segurança. Muitas vezes, ela se dá em função de uma exigência legal.

Das companhias consultada­s, 77% consideram o risco de incêndio como um ponto muito importante, e 96% possuem plano de prevenção e combate, assim como uma pessoa responsáve­l para a área. Mas nem sempre isso se traduz em segurança.

Para o coronel Carlos Cotta, coordenado­r de engenharia de incêndio no Instituto de Engenharia, há uma cadeia de fatores responsáve­l pela baixa prevenção no país, que inclui falta de conhecimen­to técnico dos responsáve­is nas empresas, baixa capacitaçã­o de quem fiscaliza, a preferênci­a por produtos baratos e de baixa qualidade no mercado, e uma questão cultural.

“A pessoa pensa ‘Meu vizinho também não tem [sistema de proteção], vou arriscar, nunca aconteceu nada’. Existe uma descrença”, diz o coronel da reserva.

Dos 34% que dizem não ter orçamento para investir nessa área, o principal motivo citado é a suposta boa condição das instalaçõe­s.

Os dados foram coletados durante o mês de maio. Foram entrevista­dos os responsáve­is pelas decisões do sistema predial em organizaçõ­es com mais de 250 funcionári­os em todas as regiões do Brasil. “Existe uma percepção errada quanto ao que é estar bem protegido”, afirma Marcelo Lima, presidente do ISB.

Apenas 23% das companhias consultada­s afirmou ter considerad­o o investimen­to em prevenção e combate após a notícia de grandes incêndios. (Folha)

Subiu para 14 o número de mortos após o incêndio que atingiu o hospital privado Badim, na zona norte do Rio, na quinta-feira (12).

Áurea Martins de Oliveira, 87 anos, estava internada no Hospital Samaritano,

Levantamen­to inclui 300 firmas; para especialis­tas, é necessário punir

na zona sul, e morreu na madrugada desta terça (17). Uma segunda mulher, cuja identidade não foi divulgada, morreu na segunda (16). Ela tinha 98 anos e estava internada no hospital Israelita Albert Sabin.

A maioria das 14 vítimas morreu por inalação de fumaça, mas há casos em que as mortes foram decorrente­s do desligamen­to de aparelhos com a queda da energia elétrica, segundo a diretora de perícia do IML (Instituto Médico Legal), Gabriela Graça. As idades das vítimas registrada­s até agora variam de 66 a 98 anos.

A assessoria do hospital Badim informou que 50 pacientes estão internados em outros hospitais. (Folha)

 ?? Pilar Olivares 13.set.19/reuters ?? Seguranças fazem plantão na porta do Hospital Badin, na zona norte do Rio, que pegou fogo na última quintafeir­a, causando a morte de 14 pessoas; falta a cultura de prevenção de incêndios no país
Pilar Olivares 13.set.19/reuters Seguranças fazem plantão na porta do Hospital Badin, na zona norte do Rio, que pegou fogo na última quintafeir­a, causando a morte de 14 pessoas; falta a cultura de prevenção de incêndios no país

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