‘Funcionária não se tornou ré’
A Secretaria Estadual da Educação, sob gestão de Rossieli Soares, trouxe de volta para cuidar do programa de alimentação das escolas paulistas Vanessa Alves Vieira, nutricionista exonerada após suspeita de envolvimento na chamada máfia da merenda.
Há cerca de um mês, ela ocupa a cadeira de diretora técnica 2 do Cenut (Centro de Serviços de Nutrição) da pasta, mesma função que exercia à época. Sua nomeação, no entanto, não foi publicada no Diário Oficial do Estado, o que torna a atribuição irregular.
Mesmo sem ocupar formalmente o cargo, a nutricionista foi designada como gestora de um contrato de cerca de R$ 14 milhões para compra de carne pela secretaria. Na publicação, ela aparecia como diretora — outra irregularidade.
Vieira foi uma das 20 pessoas apontadas na CPI da Merenda da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) como responsáveis por fraudes em contratos de R$ 13,5 milhões assinados pela Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) com a secretaria da Educação para o fornecimento de suco de laranja da merenda escolar entre 2011 e 2014, no governo Alckmin (PSDB).
A suspeita levantada pela CPI é de que Vieira, então diretora do Cenut, tenha cometido irregularidades em duas chamadas públicas nas quais a Coaf foi a ganhadora do certame —numa delas, foi a única cooperativa que compareceu à disputa.
Logo após as denúncias, em 2015, Vanessa Vieira foi exonerada do cargo de diretora do Cenut. Ela voltou ao cargo de origem, já que é servidora pública concursada (analista administrativa) da Secretaria Estadual da Educação. (Folha)
Em nota, a secretaria afirma que Vanessa Alves Vieira não se tornou ré em nenhum processo judicial por acusações de fraude.
“A CPI teve um relatório final e não há qualquer recomendação que a impeça de exercer cargos públicos.”
Os parlamentares encaminharam à secretaria um pedido para que apurasse a responsabilidade administrativa
Suspeita de estar na máfia da merenda voltou a cuidar da alimentação escolar
de cinco servidores, entre eles Vieira e Pimenta.
Sobre a nutricionista estar exercendo o cargo de diretora de forma irregular, por não ter sido nomeada para tal, a secretaria afirmou que “a nomeação não ocorreu por se tratar de um ato do secretário de Estado, que ainda não havia sido comunicado da vinda da servidora para a equipe”. (Folha)