Projeto Tietê prevê 85% de esgoto tratado até 2025
Meta era entregar obras em 2018; Sabesp diz que crise hídrica adiou planos
Um dia após o anúncio do aumento da mancha de poluição no rio Tietê, a Sabesp apresentou novas metas do atrasado Projeto Tietê, que pretende despoluir o principal rio de São Paulo.
Pelas novas metas, a Grande São Paulo deve ter 92% do seu esgoto coletado e 85% de tratamento até 2025. Hoje, São Paulo tem 87% de coleta e 68% de tratamento de esgoto.
Iniciado em 1992, o Projeto Tietê já consumiu quase US$ 3 bilhões (R$ 12,4 bilhões, na cotação atual). A promessa chegou a ser despoluir o rio até 2005. O prazo foi considerado inviável e foi atrasado diversas vezes.
Em 2013, antes da crise hídrica que assolou os reservatórios de São Paulo, a expectativa era de entregar a terceira fase do projeto até 2016— de um total de quatro. Hoje, a meta é entregá-la até 2021. Segundo a Sabesp, esse atraso se deveu à necessidade de investimentos em obras para captação e distribuição de água durante a crise.
Nessa etapa, com 72% dos trabalhos prontos, foram feitas obras como a ampliação da estação de tratamento de esgoto de Barueri, a maior do país.
A quarta etapa do projeto, que já está em execução, deve ser entregue até 2025 (em 2013, a meta era entregar até 2018). Entre as obras está um supertúnel sob a marginal Tietê, que deverá receber esgoto de grande parte do centro de SP.
Outra meta desta etapa é coletar praticamente todo o esgoto entre Suzano e a barragem da Penha, em São Paulo. A região fica no trecho inicial do Tietê, após sua nascente em Salesópolis. Segundo a ONG SOS Mata Atlântica, a poluição do rio nesses locais compromete a qualidade da água em toda a região metropolitana. Para isso, além de lidar com o próprio atraso, a Sabesp corre para assumir os contratos com municípios com índices muito baixos de saneamento. (Folha)