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Operação reforça pressão de Bolsonaro sobre líder do PSL

Polícia Federal faz busca em endereços de Luciano Bivar em caso das candidatas-laranjas

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BRASÍLIA Uma operação da Polícia Federal em endereços ligados ao presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE), reforçou a pressão contra o dirigente liderada publicamen­te por Jair Bolsonaro, que também é do PSL, e por parte da bancada de parlamenta­res da sigla.

Onze dias após o ministro do Turismo de Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), ser indicado e denunciado sob acusação de criar candidatur­as de fachada nas eleições de 2018, na manhã desta terça-feira (15) policiais federais cumpriram nove mandados de busca e apreensão no Recife, como parte do inquérito que investiga a suspeita de que Bivar comandou semelhante esquema em Pernambuco.

Apesar de as apurações atingirem diretament­e o ministro do Turismo, mantido no cargo e defendido por Bolsonaro, aliados do presidente comemorara­m nos bastidores a ação da PF, que levou dois meses para ser autorizada pela Justiça de Pernambuco.

Após afirmar a um simpatizan­te que Bivar está “queimado pra caramba”, o presidente tem indicado tendência de sair da legenda à qual se filiou no início de 2018 com o objetivo de disputar a Presidênci­a.

Ele pretende, dizem auxiliares, usar a operação desta terça como justa causa para desfiliaçã­o, como indicativo de falta transparên­cia da cúpula nacional da sigla na administra­ção dos recursos do fundo partidário.

A aliados, Bolsonaro tem dito que só oficializa­rá a saída do PSL caso consiga viabilizar uma migração segura dos cerca de 20 deputados federais do PSL para outra sigla

Nos bastidores, esses parlamenta­res já aceitam abrir mão do fundo partidário da sigla em troca de uma desfiliaçã­o sem a perda do mandato. A previsão é de que o PSL receba R$ 110 milhões de recursos públicos em 2019, a maior fatia entre todas as legendas.

A legislação permite que o parlamenta­r mude de partido sem risco de perder o mandato, entre elas mudança substancia­l e desvio reiterado do programa partidário e grave discrimina­ção política pessoal.

A defesa do presidente do PSL nega irregulari­dades e diz ter visto com “estranheza” a operação em meio a um ambiente de “turbulênci­a política”. (Folha)

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Clara Gouvêa - 3.dez.2018/uol/folhapress O deputado Luciano Bivar, presidente nacional do PSL; operação pode dar motivo para saída segura de aliados do presidente da sigla

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