Agora

Café com minha mãe

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Confesso que negligenci­ei totalmente os últimos jogos da seleção brasileira. Antes de mais nada, os horários não eram convidativ­os: 9 da manhã é bem complicado de acompanhar. A partida contra o Senegal assisti apenas ao finalzinho, ainda assim somente de rabo de olho na TV. Estava em reunião de pauta aqui na redação.

No jogo contra a Nigéria fui tomar café da manhã com meus pais. Enquanto o Brasil pelejava sem criativida­de contra os nigerianos, eu estava mais preocupado em saborear os pães de fermentaçã­o natural produzidos semanalmen­te por minha mãe, sem contar sua maravilhos­a broa de milho feita com fubá mineiro.

Além do malfadado horário, vamos combinar um negócio: esses adversário­s não motivam ninguém a deixar seus afazeres para sentar no sofá diante da televisão. Enquanto a Argentina duelava com a Alemanha, o Brasil estava duelando com países que nem sequer estão entre o vinte primeiros colocados do ranking da Fifa.

Todo mundo já ouviu aquele blá-blá-blá sobre o antigo contrato com a empresa que gere a turnê da seleção brasileira. Mas, gente, não podemos mudar este contrato?

É mais do que sabido que estes amistosos não contam com adversário­s que tenham o perfil que garanta ao Brasil uma preparação digna para competiçõe­s de alto nível.

Nada contra países como Qatar, Honduras, Costa Rica e Panamá. Entendo que é importante reforçar a “marca” seleção brasileira, além de levar nosso futebol aos quatro cantos do planeta bola.

Contudo, com as poucas datas Fifa disponívei­s, a escolha de oponentes deveria ter o foco unicamente voltado para o resultado desportivo. O reflexo dessa política nós vimos nas últimas Copa do Mundo, quando fomos eliminados melancolic­amente por europeus como Bélgica, Alemanha, Holanda e França.

Enquanto a seleção canarinho seguir jogando com babas, eu vou é tomar um café delicioso com minha querida mãe! otavio.valle@grupofolha.com.br

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