Falta de saneamento gera gasto de R$ 1 bilhão ao SUS
Este foi o custo das doenças ligadas ao problema nos últimos cinco anos
Doenças ligadas ao saneamento inadequado ainda são um dos principais pontos de sobrecarga do SUS. Juntas, levam o sistema a gastar ao menos R$ 217 milhões por ano em internações e procedimentos ambulatoriais. Só nos últimos cinco anos, foram mais de R$ 1 bilhão despendidos.
Os dados são de levantamento feito pelo Ministério da Saúde, o qual engloba registros de ao menos 27 doenças em que problemas no saneamento aparecem como fator importante para sua transmissão ou manutenção no país.
Entram na lista diarreias e doenças causadas pela ingestão de água e alimentos contaminados, como amebíase, esquistossomose e hepatite A, ou ligadas às condições do local, como a dengue. “São doenças evitáveis, negligenciadas e relacionadas às condições de vida que envolvem o saneamento” afirma André Monteiro Costa, da Fiocruz de Pernambuco. “As diarreias estão muito relacionadas à higiene e ao acesso à água, enquanto doenças transmitidas por insetos às condições de moradia, abastecimento de água e pobreza.”
Para ele, o valor é subestimado. Representantes do Ministério da Saúde também admitem que o gasto real tende a ser muito maior, já que nem todas essas doenças são de notificação obrigatória, e volume expressivo dos atendimentos é concentrado em unidades básicas de saúde.
Os números já indicam parte do impacto: só em 2018, foram ao menos 487 mil internações por esse motivo, ou mais de 1.300 por dia, e 533 mil procedimentos ambulatoriais.
A Organização Mundial de Saúde aponta que 94% dos casos de diarreia no mundo ocorrem devido à falta de acesso à água de qualidade e saneamento precário. Hoje, a diarreia é a segunda causa de morte em crianças menores de cinco anos no mundo. (Folha) Diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível Infecções intestinais virais (inclui outras e as não especificadas)