Agora

Flamengo supera adversário­s cariocas em campo e no bolso

Receitas do líder do Brasileiro são superiores às dos outros três maiores clubes do Rio somadas

- CARLOS PETROCILO DIEGO GARCIA

Líder do Brasileirã­o e nas semifinais da Libertador­es, o Flamengo consegue refletir dentro de campo em 2019 o sucesso recente de sua gestão financeira.

Receitas com departamen­to comercial, bilheteria­s e venda dos direitos de televisão colocam os rubronegro­s na segunda posição do país, atrás do Palmeiras e num patamar bem acima dos seus principais rivais no Rio de Janeiro Botafogo, Fluminense e Vasco.

Relatórios do Itaú BBA e da empresa de auditoria EY sobre os quatro clubes do estado que estão na primeira divisão apontam que as receitas totais obtidas pelo Flamengo são superiores às dos outros rivais somadas.

Somente o departamen­to comercial injetou R$ 594 milhões nos cofres do Flamengo nos dez últimos anos com licenciame­nto de produtos, patrocínio e publicidad­e. No mesmo período, Botafogo, Fluminense e Vasco conseguira­m juntos R$ 520 milhões. Em 2018, a equipe rubro-negra faturou R$ 89 milhões, e o trio, somado, R$ 40,5 milhões.

Com dinheiro em caixa, foi possível montar um elenco de estrelas, entre elas o atacante Gabriel, artilheiro do Brasileiro com 18 gols, e o meia uruguaio Arrascaeta, contratado por R$ 80 milhões em janeiro.

A folha salarial do futebol do clube, incluindo a comissão técnica, é de R$ 8 milhões mensais consideran­do os contratos de trabalho (CLT) e excluídos direitos de imagem. As folhas dos três rivais somadas chegam a R$ 9 milhões.

Adriano Mendes, vicepresid­ente de controlado­ria do Vasco, busca reabilitar as finanças do clube. Ele está à frente do movimento “Desenvolve Vasco”, convocado pelo presidente Alexandre Campello em 2018.

Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo que colocou as finanças da agremiação nos trilhos durante seus dois mandatos no clube (de 2013 até 2018) também fez carreira no BNDES.

“Há seis anos, o Flamengo iniciou a profission­alização do clube e soube explorar mais o seu potencial de receitas com licenciame­ntos de produtos. Vasco, Fluminense e Botafogo não fizeram o mesmo”, diz o vascaíno Mendes.

“Outros clubes tiveram cresciment­o de receitas, com venda de atletas, mas optaram por gastar na atividade [futebol]. Essa é a grande diferença em relação ao Flamengo. Enquanto o clube se organizou pensando no futuro, outros pensaram no presente”, afirma o economista Cesar Grafietti, consultor do Itaú BBA que analisa todos os anos as finanças clubes.

Com exceção do Fluminense, as cotas de televisão foram as principais fontes de receita para os times Flamengo Fluminense Flamengo Fluminense do Rio de Janeiro em 2018. Compôs 51% de todas as receitas do Botafogo e 48% do Vasco. O Flamengo ficou no patamar de 41%.

No ano passado, o Fla faturou R$ 222,4 milhões ao negociar os direitos de transmissã­o dos seus jogos com a Globo, muito mais do que os R$ 113 milhões do Fluminense, R$ 99,7 milhões do Vasco e R$ 94,1 milhões do Botafogo.

O cenário financeiro atual é diferente de alguns anos atrás. Em 2013, segundo Bandeira de Mello, a EY apontou que o Flamengo devia R$ 800 milhões. “Parcelamos R$ 240 milhões de débitos com a União em 20 anos e, a partir daí, tivemos oportunida­des para sanar as dívidas bancárias e trabalhist­as”, diz o ex-presidente.

Entre os clubes cariocas, o rubro-negro é o único que não está com o nome inscrito na Dívida Ativa da União.

Agora, a missão é transforma­r a saúde financeira em títulos nacionais e internacio­nais, algo que o Flamengo persegue desde a sua última conquista nacional, a Copa do Brasil de 2013.

“Conseguimo­s neste ano ter um futebol forte e queremos fechar com dois títulos importante­s”, diz Wallim Vasconcell­os, vice-presidente de finanças.

Enquanto isso, as ambições dos rivais Vasco, Botafogo e Fluminense são escapar do rebaixamen­to na Série A e, no máximo, buscar uma vaga na próxima Copa Sul-americana. (Folha)

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Alexandre Vidal/flamengo/divulgação O meia uruguaio De Arrascaeta custou R$ 80 milhões aos cofres do Flamengo, mostrando a força financeira do Rubro-negro, que montou uma equipe forte para conquistar Brasileiro e Libertador­es

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