Remédios de alto custo estão em falta em farmácias públicas
Pacientes não encontram medicamentos para doenças como esclerose e artrite reumatoide
Medicamentos para tratar pacientes diagnosticados com esclerose múltipla e com artrite reumatoide estão em falta nas 37 farmácias de alto custo do governo do estado, gestão João Doria (PSDB), há pelo menos um mês.
No caso do teriflunomida 14 mg, que foi incorporado recentemente pelo Ministério da Saúde no SUS (Sistema Único de Saúde), a medicação, por via oral, reduz os surtos e a progressão da doença com menores riscos.
A auxiliar administrativa Tamara Moreira Dias, 27 anos, moradora de São Miguel Paulista, na zona leste da capital, não encontrou o medicamento na farmácia de alto custo do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Maria Zélia, no Belenzinho, também na zona leste, no último dia 10.
Neste dia, inclusive, a jovem conta que ficou cerca de quatro horas no local para sair sem o remédio. “Passei por duas triagens, mas ninguém avisou que estava em falta. A farmacêutica responsável carimbou a receita e tudo, mas só depois disseram que não tinha e não havia previsão de chegada”, afirmou Tamara, que descobriu a doença crônica há sete meses.
Tamara diariamente telefona para a farmácia do Maria Zélia, mas a resposta da atendente continua a mesma: “sem previsão de chegada”. O custo médio da teriflunomida é R$ 7.000, uma caixa com 30 comprimidos.
A leflunomida 20 mg é outro sem previsão de chegada. O remédio serve para para tratamento de artrite reumatoide, doença que provoca inchaço, rigidez e dores nas juntas.
Em maio deste ano, pacientes com a doença autoimune vivenciaram o mesmo problema na rede do estado. Uma caixa do leflunomida, com 30 comprimidos, custa em torno de R$ 500.
A reportagem do Agora confirmou com funcionários nesta quinta-feira (17) a falta dos dois medicamentos de alto custo, durante visita na farmácia do AME Maria Zélia. “Tem mais um monte em falta”, disse, um deles, sem especificar.