Chefe desgastado
Campeão nacional em 2017, técnico vê jogos ruins do Timão e tenta melhorar contra a Raposa
Logo após conquistar o Brasileirão em seu primeiro ano como técnico do Corinthians, em 2017, Fábio Carille apontou o que havia sido determinante para o sucesso: definir o quanto antes um jeito de jogar.
Nesta temporada, após dez meses, o treinador de 46 anos ainda não conseguiu alcançar esse objetivo.
O limitado repertório ofensivo da equipe, dona do terceiro pior ataque entre os dez primeiros colocados e apenas o 18º time que mais finaliza no Nacional, faz Carille lidar com uma pressão que ainda não havia experimentado.
Sem vencer há quatro rodadas, o Timão corre risco de deixar o G-4 neste fim de semana, caso não vença o Cruzeiro neste sábado (19), às 19h, em Itaquera.
Quando apostou na volta do treinador, no início deste ano, a diretoria alvinegra esperava que ele pudesse repetir o trabalho que desenvolveu em sua primeira passagem, na qual, mesmo com um elenco considerado limitado, faturou dois Paulistas e um Brasileiro.
Sob seu comando, a equipe do Parque São Jorge não dava espetáculo, mas apresentava um futebol consistente, sobretudo na defesa e nos contra-ataques, que renderam uma série de elogios a Carille.
Nesta temporada, segundo o próprio treinador, o time não apresenta um futebol condizente com a quarta colocação na tabela.
“Dos 62 jogos que tivemos neste ano, acho que não fizemos dez boas partidas”, disse no último domingo (13), após a derrota para o São Paulo.
Na ocasião, ele declarou ainda que muitos atletas estão abaixo do que podem render. Lamentou que a diretoria não tenha trazido alguns reforços pretendidos.
O discurso sincero, considerado excessivamente resignado dentro do clube, irritou alguns jogadores e parte da diretoria.
O meio de campo é o setor que tem dado mais dor de cabeça. Nenhum jogador que chegou neste ano se firmou como segundo volante. Pedrinho é a única esperança de jogadas mais criativas no ataque.
Para Marcelinho Carioca, ídolo da Fiel, a falta de peças no elenco torna injustas as críticas sobre o trabalho de Carille. “Não é um grupo diferenciado. Não adianta exigir jogo bonito, com toque de bola. Não é culpa dele se os caras não acertam um cruzamento, não sabem chutar de três dedos e fazem faltas na área”, afirmou.
“Imagina como é iniciar uma semana de trabalho e ver o empresário do Tiago Nunes [técnico do Athletico-pr], andando no seu centro de treinamento. Você começa a ouvir os rumores. Ninguém é de ferro”, comentou o Pé de Anjo.
Procurado, Carille preferiu não se pronunciar. Walter Fagner Bruno Méndez Marllon Danilo Avelar Ralf Sornoza Pedrinho Mateus Vital Janderson Gustagol Técnico: Fábio Carille Fábio Orejuela Dedé Fabrício Bruno Egídio Henrique Ederson Robinho Thiago Neves M. Gabriel Fred Técnico: Abel Braga