Emprego na coleta de lixo é mais disputado que Fuvest Servidor perde direitos em caso de acidente
Cerca de 1.000 pessoas fizeram fila para concorrer às 30 vagas de trabalho
Uma seleção para preencher 30 vagas de trabalho em uma empresa de coleta de resíduos e materiais recicláveis na capital paulista atraiu 963 candidatos entre a última segunda-feira (25) e esta quarta (27).
As funções a serem ocupadas pelos aprovados são de coletor, motorista, eletricista de carreta, mecânico hidráulico e mecânico socorrista na empresa Loga (Logística Ambiental de São Paulo). Os salários variam de RS 1.500 a R$ 2.500. Para as vagas de coletor, não havia exigência de experiência.
O processo seletivo, que gerou filas nos portões da sede da empresa no Jaguaré (zona norte), tem concorrência acirrada: cada uma das vagas é disputada por 32 candidatos, em média.
A relação de candidatos por vaga supera a de alguns dos cursos que estão entre os 15 mais disputados no vestibular da Fuvest deste ano, que seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo), como publicidade e propaganda, fisioterapia, jornalismo, artes visuais e arquitetura.
A quantidade de concorrentes às vagas de emprego na Loga deve ser maior do que o oficialmente registrado, pois o total de interessados que deixaram currículos na empresa superou o número de senhas distribuídas durante a seleção para organizar as filas, segundo informou a empresa.
A Loga presta serviços de coleta de resíduos e materiais recicláveis em aproximadamente 800 bairros das zonas oeste e norte da cidade de São Paulo.
Apesar de ter encerrado a seleção, a empresa informou que mantém a captação de currículos durante todo o ano na sua unidade no Jaguaré, localizada na avenida Marechal Mário Guedes, 221. O atendimento é em horário comercial.
A taxa de pessoas desocupadas ou que trabalham menos horas do que gostariam atingiu 24% da população do país no terceiro trimestre deste ano, de acordo com dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE.
Ogoverno de São Paulo publicou, no “Diário Oficial” desta terça (27), comunicado do DPME (Departamento de Perícias Médicas do Estado) que estabelece novas regras para o acidente de trajeto dos servidores.
A alteração deixa de classificar como sendo de trabalho o acidente ocorrido no percurso de ida ou de volta do local de serviço.
A mudança está na MP 905 do governo federal, que criou o Contrato de Trabalho Verde e Amarelo.
Para os servidores, a novidade afeta três benefícios.
O primeiro é a licença por acidente em serviço, que será por afastamento comum.
O segundo é a aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de trabalho, que hoje gera proventos integrais. Com a mudança, haverá redução de acordo com tempo de contribuição.
A pensão por morte vai passar a exigir no mínimo 18 meses de contribuição antes da morte. Hoje, não há tempo mínimo.
O Sispesp (sindicato dos servidores) informou estudar medidas judiciais. (LD)
cristiane.gercina@grupofolha.com.br