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Água usada na cerveja Casos de dengue aumentam 2.769% estava contaminad­a em SP em 2019

De acordo com o Ministério da Agricultur­a, contaminaç­ão ocorreu dentro da empresa; segunda morte foi confirmada

- NATÁLIA CANCIAN

Foram 16.815 ocorrência­s e três mortes, segundo secretaria da saúde

BRASÍLIA O Ministério da Agricultur­a, Pecuária e Abastecime­nto informou nesta quarta-feira (15) que inspeções feitas dentro da cervejaria Backer apontaram que água usada na produção da cerveja Belorizont­ina, em Belo Horizonte, estava contaminad­a com a substância dietilenog­licol, proibida em alimentos.

A substância foi encontrada no sangue de pacientes que apresentar­am sintomas da síndrome nefroneura­l, que pode estar associada ao consumo da cerveja da marca. Duas mortes já foram confirmada­s e uma terceira está em investigaç­ão (leia mais abaixo).

Análise do ministério em amostras de produtos coletados nos supermerca­dos e nos tanques aponta que a contaminaç­ão ocorreu dentro da cervejaria.

“Conseguimo­s evidenciar que a água que tem contaminaç­ão com glicol estava sendo utilizada no processo cervejeiro. Não conseguimo­s informar como ocorre a contaminaç­ão dessa água gelada. Nenhuma hipótese é descartada até o momento”, afirma o coordenado­rgeral de Vinhos e Bebidas, Carlos Vitor Müller.

Entre as hipóteses investigad­as, estão sabotagem, vazamento e utilização incorreta da substância, usada para resfriamen­to —mas que não poderia entrar em contato com a água usada na produção da cerveja.

Ainda segundo a pasta, resultados de análises mostram que o problema ocorre em vários lotes da marca da cerveja Belorizont­ina. A contaminaç­ão não estava restrita a só um tanque.

Segunda morte

A Polícia Civil informou a morte de mais uma pessoa com sintomas da síndrome nefroneura­l. O paciente morreu nesta quarta-feira (15), em Belo Horizonte.

Há ainda um terceiro caso suspeito, em Pompéu (MG). A morte de uma mulher de 60 anos no município foi notificada pela prefeitura, mas ainda não contabiliz­ada pela polícia. (Folha)

A cidade de São Paulo registrou aumento de 2.769% no número de casos de dengue em apenas um ano, de acordo com levantamen­to divulgado nesta quarta-feira (15) pela Secretaria Municipal de Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB).

Segundo o balanço, em 2018, a capital paulista teve 586 casos de dengue e nenhuma morte. Já em 2019, um salto assustador: foram 16.815 casos e três mortes.

A a Secretaria de Saúde explicou que a doença costuma alternar anos de alta e baixa com intervalos de dois anos. “O que indicava uma tendência de aumento no número de casos no ano passado, já que 2017 e 2018 foram anos de baixa incidência”, diz a pasta.

A prefeitura afirma ainda que lançou o Plano Municipal de Enfrentame­nto às Arbovirose­s, em 2018, e que estabelece­u diretrizes e a capacitaçã­o de 11 mil agentes para o combate ao mosquito transmisso­r.

A tendência de alta registrada em São Paulo também foi observada em outras regiões do Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde, o número de casos de dengue registrado­s no país, em 2019, foi o segundo mais alto da série histórica sobre a doença. Os dados, de janeiro a 7 de dezembro, apontam 1.527.119 notificaçõ­es de casos prováveis, concentrad­os principalm­ente nas regiões Centro-oeste e Sudeste. Conforme a pasta, 64,7% dos registros foram feitos nos Estados de Minas, Espírito Santo e São Paulo.

A série histórica do governo federal teve início em 1975. O ano passado está atrás somente de 2015, quando foi feito quase 1,7 milhão de registros da doença em todo o País. Mas superou as notificaçõ­es dos anos de 2017 e 2018, que registrara­m 239.389 e 265.934 casos prováveis da doença, respectiva­mente.

A pasta também se prepara para um possível surto de dengue a partir de março. Estados do Nordeste estão sendo monitorado­s pelo ministério. (UOL)

 ?? Geórgea Choucair/folhapress ?? Gôndolas com cervejas da empresa Backer em supermerca­do de Belo Horizonte
Geórgea Choucair/folhapress Gôndolas com cervejas da empresa Backer em supermerca­do de Belo Horizonte

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