Duelos contra europeus se tornam raros
Ciclo pré-copa terá menor número de jogos do Brasil com rivais do Velho Continente em 68 anos
A República Tcheca, derrotada por 3 a 1 em amistoso realizado em março do ano passado, foi a única seleção da Europa enfrentada pelo Brasil desde a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
Não há jogos contra times do continente programados para 2020, e o calendário apertado até o Mundial de 2022, no Qatar, sugere que haverá raros confrontos desse tipo na preparação.
Os próximos compromissos dos comandados de Tite já serão pelas eliminatórias da Copa, que terão início em março. A disputa qualificatória se estenderá até novembro de 2021. E há ainda mais uma Copa América agendada para junho e julho deste ano.
Ou seja, é bem provável que só exista a possibilidade de a equipe nacional ter novamente pela frente um europeu nos amistosos que tradicionalmente ocorrem às vésperas do Mundial — levando em conta que estará classificada.
Assim, o time brasileiro deverá ter seu menor número de jogos contra seleções da Europa em um ciclo pré-copa desde a preparação para 1954.
No caminho para a Suíça, o Brasil não encarou nenhum europeu. O mesmo havia ocorrido antes do Mundial de 1950.
De lá para cá, houve ao menos seis equipes nacionais da Europa, ainda que não pertencentes à elite do futebol, enfrentadas nos quatro anos anteriores a uma Copa.
Não que esses confrontos sejam garantia de sucesso. Antes de 1966, o Brasil mediu forças com 23 seleções do continente. Nos jogos que realmente importavam, na Inglaterra, na defesa do bi mundial, a equipe bateu a Bulgária, mas perdeu para Hungria e Portugal e foi eliminada na primeira fase.
Neste século, o número se manteve em dígitos duplos até 2018. Foram 14 na trajetória para 2002, dez até 2016, 14 no ciclo pré-2010 e 19 antes de 2014. Na preparação para a Copa da Rússia, foram oito duelos.
Ao que tudo indica, uma marca de quase sete décadas será superada na rota rumo ao Qatar. Um dos motivos é o calendário apertado sul-americano, com 18 partidas de eliminatórias para cada equipe e duas edições da Copa América.
Também não contribui o próprio calendário europeu, que tem eliminatórias da Eurocopa, a própria Euro, eliminatórias da Copa e a nova Liga das Nações.
Além das oportunidades limitadas, a CBF tem fracassado nas tentativas de agendar os embates.
Na data Fifa de outubro, houve negociações com Dinamarca e Alemanha. A equipe de Tite acabou enfrentando os africanos Senegal e Nigéria.
“Procuramos as seleções mais bem ranqueadas. Quando não há, é porque nós buscamos, mas o adversário não quer. A Alemanha
propôs uma data, depois outra e um terceiro dia, e então disseram que não queriam mais”, afirmou o treinador.